Correção: das 21h37min às 22h16min de 08/02/2017, o título e texto informavam incorretamente que Rodrigo Maia havia sido indiciado pela Polícia Federal. Não houve indiciamento formal, já que o deputado tem foro privilegiado e, consequentemente, todos os atos precisam ser submetidos ao relator da Lava-Jato no STF. A informação foi corrigida.
A Polícia Federal concluiu inquérito que investiga o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e apontou indicios de que o parlamentar recebeu propinas no âmbito da Operação Lava-Jato. A PF afirma que o deputado teria pedido R$ 1 milhão à construtora OAS. A verba, ilegal, teria sido repassada oficialmente à campanha de César Maia, pai de Rodrigo, ao Senado. Segundo a força-tarefa da Operação Lava-Jato, esse trâmite visou mascarar o pagamento da propina. As informações são do Jornal Nacional.
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Segundo a Polícia Federal, há indicios de que Rodrigo Maia teria cometido os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A PF iniciou a investigação a partir de mensagens telefônicas trocadas entre Maia e o ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro, preso desde novembro de 2014.
A apuração da PF aponta que Maia utilizou seu cargo para garantir apoio político aos interesses da OAS na Casa em dois períodos: 2013 e 2014. Entre as manobras, está a apresentação de emenda à medida provisória que definia regras para a aviação regional, em benefício da empreiteira.
Conforme o Jornal Nacional, o presidente da Câmara afirma que, em seus cinco mandatos como deputado federal, nunca recebeu vantagens irregulares para apreciar qualquer matéria na Câmara e sempre agiu alinhado à orientação de sua bancada ou com a própria consciência.
Como o deputado possui prerrogativa de foro privilegiado, o caso deverá ser submetido ao relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin. Maia ainda não foi formalmente indiciado, de acordo com o jornal O Globo.
O inquérito segue para o Ministério Público Federal (MPF), que deve decidir se denuncia ou não o presidente da Câmara pelos crimes apontados pela PF.