O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Marcos Pereira (PRB-ES) teria negociado, na campanha eleitoral de 2014, a entrega de R$ 7 milhões do caixa 2 da Odebrecht para o PRB, conforme um dos depoimentos feitos sob acordo de delação premiada da empreiteira na Operação Lava-Jato. A verba teria sido repassada em dinheiro. Pereira é o sétimo ministro do presidente Michel Temer citado na Lava-Jato. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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Segundo a publicação, o pagamento teria ocorrido para garantir a adesão do partido, então presidido por Pereira, à campanha da chapa Dilma-Temer, que saiu vitoriosa naquela eleição. A quantia era uma parcela de um montante que serviu para comprar o apoio de PROS, PCdoB, PP e PDT à base governista.
A Odebrecht teria desembolsado cerca de R$ 30 milhões no acordo com as siglas, que é descrita em ao menos três delações: a do ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht e nos depoimentos dos executivos Alexandrino Alencar e Fernando Cunha. Pereira, um dos nomes fortes do PRB, fundado por integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus, teria tratado do repasse diretamente com Alexandrino.
O apoio dos partidos, negociado pela Odebrecht, garantiu 2 minutos e 39 segundos a mais na propaganda eleitoral de televisão para a chapa Dilma-Temer.
O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, que na época era tesoureiro da campanha de Dilma, teria participado de um encontro Marcelo e Alexandrino, em São Paulo, e pedido a intervenção da empreiteira junto aos partidos.
Essa suposta compra de assistência partidária poderá ser analisa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em ação que investiga abuso de poder político e econômico na campanha da chapa Dilma-Temer.
Marcos Pereira e Edinho Silva negaram participação no esquema e a Odebrecht não quis comentar o caso, segundo o Estadão.
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