O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) instaurou uma sindicância para apurar o vazamento de imagens dos exames da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, internada desde terça-feira por causa de um acidente vascular cerebral (AVC). O hospital Assunção, em São Bernardo do Campo (SP), também instaurou sindicância e afastou profissionais envolvidos no atendimento a Marisa Letícia.
Fotos e imagens em vídeo dos exames da ex-primeira-dama circulam desde o dia da internação nas redes sociais. Segundo fontes médicas, as imagens correspondem às da tomografia à qual Marisa foi submetida no hospital Assunção, em São Bernardo do Campo, onde recebeu o primeiro atendimento antes de ser transferida para o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde continua internada.
Leia mais:
Marisa Letícia continua na UTI e tem pressão intracraniana controlada
AVC: sintomas, prevenção e tratamentos
Gravidez aumenta risco de AVC em jovens, não em mulheres mais velhas, aponta estudo
O Sírio-Libanês divulgou nota na qual afirma que as imagens não saíram do hospital. "A instituição zela pela privacidade de seus pacientes e repudia a quebra de sigilo médico por qualquer profissional de saúde", diz o comunicado.
O hospital Assunção, também por meio de nota, afirmou que repudia o vazamento e também tomou providências. "O hospital esclarece que tão logo tomou conhecimento do evento, imediatamente instaurou sindicância interna para apuração dos fatos, tendo suspendido e afastado os envolvidos na investigação até a sua conclusão", afirma o texto.
Segundo o Cremesp, um dos objetivos da sindicância é averiguar se houve participação de médicos no vazamento. "A apuração pode apontar se a divulgação de dados clínicos teve a participação de médicos ou se era do conhecimento da diretoria técnica ou clínica da instituição. De acordo com o Código de Ética Médica, é vedado ao médico "permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade". Também não é permitido liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa, esta última em situação de sindicância ou processo ético-profissional", diz o Cremesp.
Conforme médicos do Sírio-Libanês, a situação de Marisa Letícia ainda é grave mas continua estável desde a madrugada de terça-feira. Depois de passar por uma cirurgia para estancar a hemorragia no cérebro causada pelo rompimento de um aneurisma diagnosticado há mais de 10 anos, a ex-primeira-dama foi submetida a um segundo procedimento que consiste na utilização de um catéter para reduzir a pressão intracraniana. Desde então Marisa Letícia está em coma induzido. Os sedativos serão mantidos pelo menos até sábado, segundo fontes médicas.