A ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) defendeu a renúncia do presidente da República Michel Temer em entrevista ao gaúcha Atualidade nesta terça-feira (13). Segundo a candidata a presidência nas últimas eleições, a saída se justificaria pela falta de credibilidade de Temer:
"É uma decisão dele. Mas se renunciasse, um ato unilateral, decisão dele é claro... E digo com ele o mesmo que disse em relação à presidente Dilma.Ela achava que renúncia era fraqueza. Não vejo como ato de fraqueza. As vezes renúncia é a maior fortaleza que se tem diante de determinadas situações. Não se trata de fraqueza, trata-se de compromisso. Um estadista jamais coloca seu projeto de poder acima de seu projeto de país".
Marina Silva disse que Temer não apresentou plano de governo: "Não tem conjunto de princípios. E ainda, não tem popularidade, não tem legitimidade nem credibilidade".
Em pesquisa Datafolha divulgada ontem, Marina aparece em primeiro lugar em um possível segundo turno. Ela comentou os números.
"Temos de ter respeito pela opinião dos eleitores, mas o mais importante é focar nessa crise que estamos vivendo. Crise sem tamanho, sendo gerada pela política, que passou a criar mais problemas do que resolver".
Sobre a reforma na previdência, a ex-senadora afirmou que as medidas são necessárias, mas totalmente impopulares. Marina também comentou o fato de Renan não cumprir a decisão do STF e classificou como "um ato grave".
A criadora da Rede Sustentabilidade disse ainda que o governo de Michel Temer é "a segunda fase do Governo Dilma" e voltou a defender que se tenha uma nova eleição, com o processo julgado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a chapa da campanha Dilma-Temer.
"Seria uma saída para uma transição legitimada com programa apresentado para a sociedade. Seria devolvida a possibilidade de ajudar a sair dessa crise, elegendo um novo presidente, o que julgo ser o caminho mais certo", completou.