Importantes avenidas de Porto Alegre, como a Bento Gonçalves e a João Pessoa, amanheceram com bloqueios nesta terça-feira, dia em que os senadores devem aprovar em definitivo a Proposta de Emenda à Constituição que limita as despesas da União. Com ajuda da Brigada Militar e da EPTC, as vias foram liberadas e, às 8h30min, já não havia mais interdições na Capital. No entanto, outros focos de protestos contra a chamada PEC do Teto podem ocorrer ao longo do dia.
O bloqueio do sentido Viamão-Capital da Avenida Bento Gonçalves, em frente ao Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), começou por volta das 6h. Galhos e madeiras foram usados para impedir a passagem de carros. Mais tarde, foi ateado fogo no material. Veja no vídeo:
Parte dos manifestantes estava com os rostos cobertos. Faixas usadas indicam que o protesto é pela "educação pública" e que conta com participação do movimento Ocupa, que promove ocupação de faculdades da UFRGS. Um dos cartazes também indica que há apoio do curso de Geociências.
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Por causa do bloqueio do sentido Viamão-Porto Alegre, o mais utilizado por trabalhadores e estudantes neste horário, a Avenida Bento Gonçalves ficou congestionada no início da manhã, mesmo após a liberação da via, que ocorreu por volta das 7h15min com a chegada da Brigada Militar. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo (foto abaixo).
Na Avenida João Pessoa, próximo à esquina com a André da Rocha, o protesto começou por volta das 7h. Estudantes promoveram um bloqueio próximo ao campus central da UFRGS . Fila de carros e ônibus se forma desde a Salgado Filho em função do bloqueio que durou pouco menos de 30 minutos (foto abaixo).
Logo em seguida, um bloqueio foi iniciado no sentido bairro-centro da Rua Luís Englert, em frente a Faculdade de Engenharia da universidade. A interdição também foi rápida.
Acompanhe as informações do trânsito:
A votação da PEC
Defendida pelo governo Michel Temer como um dos pilares do ajuste fiscal, a PEC que estabelece o limite para as despesas da União deve ser aprovada em definitivo nesta terça-feira no Senado ainda com divergências sobre seu impacto no dia a dia dos brasileiros.
Manutenção do quadro de falta de recursos para financiar a saúde, impacto mais pesado no Ensino Superior federal, redução de obras custeadas com recursos da União e dificuldade de reajustes acima da inflação de servidores e programas sociais estão entre os reflexos de médio e longo prazo projetados para a medida, válida por 20 anos.
Por outro lado, o governo garante que a regra de limitar as despesas da União ao gasto do ano anterior mais inflação conterá a expansão da dívida pública, com melhora no ambiente de negócios, refletindo na geração de emprego e renda. Em 2016, o país terá o terceiro ano de déficit (R$ 170,5 bilhões), sendo que em 2017 também há previsão de rombo de R$ 139 bilhões.