Faltando pouco mais de seis horas para terminar o período legislativo, deputados da base do governo buscavam apoio para invadir o tradicional período de descanso e votar as 19 medidas do Pacote de Sartori que ainda não foram apreciadas pela Assembleia.
Perto das 18h, no quarto dia de votação, base aliada e oposição estavam perto de um acordo que determinava o fim dos trabalhos à meia-noite e agilidade na votação de projetos prioritários. Entre eles estão a alteração na lei sobre servidores do IGP, as indenizações por invalidez ou morte na BM, o projeto que muda diárias do policiais, o reajuste na alíquota previdenciária, a PEC do duodécimo e dois projetos que aumentam receita do judiciário.
– Precisamos de 19 assinaturas para prosseguir com a sessão. Queremos votar todos os projetos – afirma o líder do governo na Assembleia, Gabriel Souza (PMDB).
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Deputados do PP, aliados do Piratini, reclamam que a oposição segue utilizando a estratégia de fazer um rodízio de discursos na tribuna, atrasando a apreciação de projetos.
– Eles não deixam a sessão prosseguir. Ficam se repetindo – reclama o deputado Frederico Antunes (PP).
No entanto, até mesmo deputados da base não têm certeza quanto a eficiência da medida. Parlamentares do PMDB chegaram a dizer que não querem ficar após a meia-noite.
Convocação
Como o Piratini não deve vencer a pauta de projetos nesta quinta-feira, o governador José Ivo Sartori deve convocar os deputados para sessões na próxima semana, entre o Natal e o Ano-Novo. Porém, como o Executivo ainda negocia apoio a alguns textos e não sabe se terá os votos necessários para aprovar algumas matérias, poderá utilizar o expediente apenas no final de janeiro. Até lá, acordos seriam costurados.
As negociações seguem fortes nos bastidores da Assembleia com os principais secretários do governo Sartori. Desde segunda-feira, Cezar Schirmer, Carlos Búrigo e Marcio Biolchi mantêm conversas com deputados, principalmente do PTB e do PDT em busca de apoio para aprovação das PECs, que necessitam de 33 votos.