Ainda em Brasília, onde participou de encontros com o presidente Michel Temer (PMDB) e a equipe econômica federal sobre a ajuda aos Estados em crise, o governador José Ivo Sartori (PMDB) comentou, na manhã desta quarta-feira, a repercussão do pacote de reforma do Estado entregue à Assembleia Legislativa no dia anterior. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, Sartori evitou entrar nos detalhes das propostas – muitas delas controversas –, mas garantiu que são o único plano previsto pelo Executivo para tirar o RS da profunda crise financeira que enfrenta.
Zero Hora checou as informações dadas por Sartori ao longo de pouco mais de 20 minutos de entrevista. Confira:
Herança recebida do governo anterior
Questionado sobre o fato de ter encaminhado proposta de pagar parte do 13º salário no ano seguinte, Sartori citou o exemplo do reajuste concedido para a segurança em 2014, por Tarso Genro (PT).
"Todos os aumentos da segurança ficaram para pagarmos durante o nosso governo. Que, ao final do ano, representarão perto ou mais de R$ 4 bilhões."
Tarso aprovou aumento gradual para a Brigada Militar, a Susepe, a Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias, que passou a ser pago somente durante a atual gestão. No entanto, o valor de R$ 4 bilhões citado por Sartori não corresponde ao que será repassado até o final de 2016 – mas ao custo previsto até 2019. Conforme dados divulgados pela Secretaria da Fazenda, as parcelas de aumento aprovadas somarão R$ 3,928 bilhões nos cinco anos (conforme mostra a tabela abaixo).
Aumento da violência no Rio Grande do Sul
Depois de comentar os esforços feitos pelo seu governo para estancar o aumento da violência, Sartori foi questionado pelo jornalista Daniel Scola se está satisfeito com a atual situação da segurança no Rio Grande do Sul.
"Olha, eu acho que nós já melhoramos bastante."
Em relação ao ano passado, os índices de criminalidade não melhoraram. Conforme o último levantamento da Secretaria da Segurança Pública (SSP), divulgado em agosto, a taxa de homicídios por habitante – que é o parâmetro internacional usado para medir a violência – aumentou 6% do primeiro semestre deste com relação ao mesmo período do ano passado. Outros índices também cresceram: latrocínio (roubo com morte) 35%, roubo 20% e roubo de veículos 16%. Como a SSP só divulga dados a cada seis meses, não há como comprovar se os índices melhoraram no segundo semestre deste ano.
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
É verdade
A informação está correta e corresponde a dados e estatísticas oficiais.
Não é bem assim
Parte da sentença está correta, mas há imprecisão no que é dito.
Não procede
O entrevistado está equivocado na informação que afirma.
Zero Hora tem a seção "É isso mesmo?", que verifica a veracidade de discursos por meio de dados e informações oficiais – certificação que mostra se o que foi dito "é verdade", "não é bem assim" ou "não procede".
*Zero Hora