O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quinta-feira, que os parlamentares têm direito de retirar pontos do relatório do pacote de medidas anticorrupção na votação do plenário, adiada para a próxima terça-feira. Ele afirmou que a Comissão Especial que aprovou o parecer "não é soberana" ao restante da Casa. Para Maia, "30 não podem suprimir a decisão de 483".
– A gente tem 513 deputados para que decidam, se não bastaria ter apenas 30 – disse o presidente ao deixar a Câmara.
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Maia avaliou que o parecer de Onyx Lorenzoni (DEM-RS) "é bom", mas alguns temas "precisam ser debatidos um pouco mais" na próxima semana, porque considera que eles teriam que ser "suprimidos".
– Como foi um texto debatido por tantos meses, acho que a gente pode avaliar um pouco mais – ponderou.
Para Maia, "não existe essa tese de que o que a comissão fez deve ser mantido" pelo plenário.
–Primeiro membros do Ministério Público diziam que não podíamos mudar o texto dele, agora a tese é que a gente não pode mudar o texto da comissão? Isso não é democracia, isso é ditadura – criticou. Para Maia, caso a matéria tivesse sido votada hoje, diversos artigos teriam sido deixados de fora, segundo ouviu de parlamentares.
Questionado sobre a pressão que vem sofrendo para mudar o relator da matéria, seu correligionário, Onyx Lorenzoni, Maia disse que pelo regimento isto seria possível, mas que não pensa na possibilidade hoje.
– Quem é o presidente da Câmara sou eu, eu que vou decidir (sobre relator). Qualquer um pode falar o que quiser, pode dar a opinião, e eu ouço todas, e ouvindo todas eu decido.