A Polícia Federal concluiu na quarta-feira o inquérito 4259 do Supremo Tribunal Federal, instaurado no âmbito da Operação Lava-Jato. O deputado José Guimarães (PT-CE), ex-líder do Governo Dilma Rousseff na Câmara, teria recebido propina de R$ 97 mil do ex-vereador do PT Alexandre Romano, o Chambinho – um dos delatores da Lava-Jato.
Segundo nota da PF, "a investigação comprovou que um deputado federal do Ceará recebeu propina do colaborador Alexandre Romano no valor de R$ 97.761,00 em troca de sua intervenção junto ao ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil – BNB, seu apadrinhado político".
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"Em razão dessa atuação, foi facilitada e viabilizada a concessão de financiamento de R$ 260 milhões pela instituição financeira às subsidiárias de uma empresa responsável pela construção de usinas eólicas no estado da Bahia", diz nota da Federal.
O pagamento da propina, de acordo com a PF, ocorreu por meio de dois cheques do colaborador. O primeiro, no valor de R$ 30 mil, foi descontado por um escritório de advocacia.
O segundo cheque, no valor de R$ 67.761,00, era destinado a uma companhia de indústria e comércio de papel, que forneceu matéria prima a uma empresa gráfica que prestava serviços ao deputado.
Foram identificados elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro pelo parlamentar. Também foram apontados indícios suficientes de autoria e materialidade do delito de corrupção passiva qualificada cometido pelo ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil.
O relatório conclusivo do inquérito foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, informou a PF, na quarta-feira, com todo o material produzido no decorrer das investigações.
José Guimarães é irmão de José Genoíno, ex-presidente do PT.
Em 8 de julho de 2005, José Adalberto Vieira, então assessor de Guimarães, foi preso no Aeroporto de Congonhas em São Paulo com US$ 100 mil escondidos na cueca, e mais R$ 209 mil numa maleta de mão, quando embarcava para Fortaleza.
*Estadão Conteúdo