Ao completar seis meses à frente da Presidência da República, entre a interinidade e a posse definitiva, Michel Temer realizou um balanço da sua gestão. No sábado, em um vídeo publicado nas redes sociais, e na segunda-feira, 14 de novembro, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o presidente desconversou sobre a sua impopularidade e destacou as reformas propostas pelo Palácio do Planalto. Confira a avaliação.
RODA VIVA (14/11)
"No caso do Bolsa Família, um programa importante do outro governo, não vamos desprezá-lo. Tanto não desprezamos que revalorizamos em 12,5% depois de dois anos e dois meses em que não havia revalorização."
Em 26 de junho, ainda interino, Temer anunciou reajuste de 12,5% no Bolsa Família a partir dos pagamentos de julho. Um mês antes, às vésperas da primeira votação do impeachment no Senado, a então presidente Dilma Rousseff havia publicado decreto concedendo aumento de 9% ao programa. Depois do afastamento da petista, o governo Temer informou que não pagaria o aumento porque estava avaliando o orçamento. Na sequência, concedeu o reajuste maior.
RODA VIVA (14/11)
"No tocante ao Fies, neste ano, ampliamos em 75 mil novas bolsas de estudo."
O Ministério da Educação anunciou, em junho, 75 mil novas vagas para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). No entanto, ocorreu atraso na liberação dos recursos e, consequentemente, no cronograma do programa em quatro meses. A liberação aconteceu somente em outubro, depois de o Congresso aprovar crédito extra para o Fies.
EM VÍDEO NAS REDES SOCIAIS
"Governo corta 4.307 cargos comissionados, gerando economia de R$ 230 milhões ao ano."
Em junho, o governo informou que eliminaria, em 30 dias, 4.307 cargos em comissão, funções e gratificações. Com a medida, o Planalto pretendia economizar R$ 230 milhões ao ano. Entretanto, reportagem do jornal O Globo, em outubro, revelou que Temer ainda não havia cumprido a promessa. Ao contrário, o número total de cargos de confiança e funções gratificadas aumentou nos meses de governo interino: eram 107.121 em maio e passaram para 108.514 em 31 de agosto. À época, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão justificou que o aumento decorria do processo de reformulação de equipes. Uma semana depois, o ministério informou que o governo havia atingido 86% da meta prevista e cortado 3.690 cargos de confiança, o que, segundo a pasta, gera uma economia de R$ 176 milhões por ano.
EM VÍDEO NAS REDES SOCIAIS
"Reforma administrativa reduz número de ministérios."
O governo Dilma tinha 32 ministérios. Em maio, Temer prometeu cortar 10 deles, mas, em medida provisória (MP) enviada ao Congresso, reduziu o número para 26, uma diminuição de seis pastas. A MP extinguiu e fundiu a outras estruturas ministérios e órgãos que tinham status ministerial, como as secretarias dos Portos e da Aviação Civil e os ministérios do Desenvolvimento Agrário e das Comunicações. A presidência do Banco Central e a chefia da Advocacia-Geral da União só perderão status de ministério quando for aprovada emenda à Constituição que garanta a seus dirigentes o foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo assim, a meta de 10 pastas cortadas não será atingida.
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
É verdade
A informação está correta e corresponde a dados e estatísticas oficiais.
Não é bem assim
Parte da sentença está correta, mas há imprecisão no que é dito.
Não procede
O entrevistado está equivocado na informação que afirma.
Zero Hora tem a seção "É isso mesmo?", que verifica a veracidade de discursos por meio de dados e informações oficiais – certificação que mostra se o que foi dito "é verdade", "não é bem assim" ou "não procede".
*Zero Hora