Preso na 35ª fase da Lava-Jato, o ex-ministro Antonio Palocci teria arrecadado valores junto à Odebrecht para a aquisição do terreno inicialmente destinado à construção da nova sede do Instituto Lula. O imóvel constava de uma planilha apreendida pela Lava-Jato na empreiteira, na qual constava sob a rubrica "Prédio (IL)".
"A partir das provas analisadas, há indicativos de que a aquisição do terreno inicialmente destinado ao Instituto Lula foi acertada com o ex-ministro, tendo sido o valor debitado das vantagens indevidas pactuadas. Identificaram-se ainda registros de que, além do repasse de mais de R$ 12 milhões anotados na planilha 'Programa Especial Italiano', vinculados a 'IL', Antônio Palocci participou de reunião com Marcelo Odebrecht e Roberto Teixeira, bem como recebeu, por intermédio de Branislav Kontic, documentos encaminhados via e-mail pelo presidente do grupo empresarial, relacionados à compra do terreno (em mensagens sob o título 'Prédio Institucional', 'Prédio do Instituto' e planilha intitulada 'Edificio.docx')", diz trecho do pedido de prisão do MPF.
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E-mails e anotações mostram, segundo o MPF, que Palocci participava pessoalmente de reuniões com integrantes da Odebrecht para acertar valores. Além do auxílio de Kontic, os procuradores da República dizem que o recebimento dos propina contou também com a atuação de Juscelino Dourado, seu ex-assessor.
Os encontros entre executivos da Odebrecht ocorreram mesmo após a deflagração da Operação Lava-Jato, em 2014. Aí teriam acontecido comunicações por e-mails cifrados.