O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, condenou o pecuarista José Carlos Bumlai a nove anos e 10 meses de prisão por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção na Operação Lava-Jato. Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bulmai está preso desde o início do mês e teve a detenção mantida pelo magistrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Leia mais:
Após denúncia de Lula, futuro político preocupa o PT
Lula é alvo da mais dura denúncia na Operação Lava-Jato
Lula diz que não há provas de crimes e chama denúncia do MPF de "farsa"
O pecuarista teria tomado um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin, em outubro de 2004, e destinado o dinheiro ao PT. Segundo as investigações, em troca do empréstimo, o Grupo Schahin teria sido favorecido por um contrato de US$ 1,6 bilhão sem licitação com a Petrobras. O contrato referia-se à administração de um navio sonda, em 2009.
Outras sete pessoas também foram condenados nesta ação penal: o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto (6 anos e 8 meses, regime semiaberto por corrupção passiva), o operador de propinas Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano (6 anos em regime semiaberto por corrupção), os executivos Milton Schahin e Salim Schahin (9 anos e 10 meses de prisão por corrupção e gestão fraudulenta), o executivo Fernando Schahin (5 anos e 4 meses em regime semiaberto por corrupção ativa), o ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa (6 anos em regime semiaberto por corrupção) e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró (6 anos e 8 meses, regime semiaberto por corrupção passiva).
Delatores do esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobras, Fernando Baiano, Salim Schahin, Eduardo Musa e Nestor Cerveró cumprirão as penas acertadas no acordo de colaboração premiada.
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Zelada, sucessor de Cerveró, foi absolvido do crime de corrupção. O filho de Bumlai também foi absolvido. Maurício Bumlai era acusado de corrupção passiva e gestão fraudulenta.
Para Moro, houve "falta de prova suficiente para condenação criminal". Salim Taufic Schahin, José Carlos Costa Marques Bumlai e Maurício de Barros Bumlai foram absolvidos do crime de lavagem de dinheiro "por falta de adequação típica".
A Lava-Jato indica que Lula teria "abençoado" o negócio – acusação rejeitada pela defesa do ex-presidente.