O candidato Luiz Carlos Busato (PTB) tem em Canoas sua carreira política que o levou ao cargo de vereador e a três mandatos como deputado federal, o último ainda em andamento. As principais propostas estão focadas na gestão, com a promessa de reduzir cargos em comissão e economizar R$ 15 milhões no primeiro ano de governo.
Busato é contra a construção do aeromóvel, ligando os Bairros Guajuviras e Mathias Velho. Se eleito, afirma que vai barrar as obras, caso ainda não tenham iniciado. Diz que vai elaborar o Plano Municipal de Mobilidade e garante, assim como os demais, lançar a licitação do transporte público da cidade, usando a cidade de Curitiba como modelo. Relata ser difícil obter recursos para o rebaixamento dos trilhos do trem na área central, mas que tentará a transposição da rua Domingos Martins. Quer adaptar duas UPAs para que tenham foco na saúde da criança e da mulher.
Luiz Carlos Busato é arquiteto e urbanista, tem 67 anos e esta é a primeira vez que concorre à prefeitura de Canoas. Durante o governo de Tarso Genro, ocupou a secretário estadual de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano.
A Coligação Por Uma Canoas de Verdade é formada por PTB, PMN, PSDC, PEN, PTdoB, Rede, PRTB, PRP, PMDB, PR e PSC. A candidata ao cargo de vice na chapa é Gisele Uequed (Rede), que desistiu da candidatura própria para integrar a chapa de Busato.
Confira abaixo a entrevista com o candidato. Ao final do texto, o áudio completo. Todos os postulantes ao cargo de prefeito em Canoas tiveram cerca de seis minutos para a exposição das propostas.
Rádio Gaúcha – Quais são as principais propostas da sua candidatura?
Luiz Carlos Busato – O eixo principal da minha candidatura é gestão. Quando eu falo gestão, é redução de 30% dos cargos de confiança no primeiro ano, contratação de secretariado e cargos de chefia com capacidade técnica e ficha limpa e a regra de serem canoenses. A exceção é que vai ser fora de Canoas, mas não regra. São canoenses. Então, com esses três eixos a gente pretende, já no primeiro ano, ter uma economia de R$ 15 milhões aos cofres da prefeitura.
Gaúcha – Quais são suas propostas para a área da segurança?
Luiz Carlos Busato – Ajudar com equipamento e manutenção da frota e equipamentos de segurança para a Brigada Militar e Polícia Civil. Ajudar efetivamente com equipamentos e materiais, inclusive com gasolina e etc. A Brigada Militar hoje tem no seu pátio 40 carros parados por falta de manutenção e por falta de recursos da Brigada. Então, apesar de não ser obrigação do prefeito, é uma obrigação moral do prefeito ajudar essas guarnições. Equipar nossa Guarda Municipal para que ela possa fazer o serviço de prestação de serviço de ajuda à Brigada Militar e à Polícia Civil. Acho que a gente trabalhando nessa triangulação de Guarda Municipal, servidores municipais e a Brigada e a Polícia, a gente consegue dar uma sensação de segurança para a população melhor.
Gaúcha – Mobilidade urbana. Canoas é uma cidade cortada por uma rodovia, como a BR-116, e pelo trem. Quais são suas propostas considerando esses dois obstáculos?
Luiz Carlos Busato – A primeira coisa é fazer o Plano de Mobilidade do Município, que é uma lei federal de 2012, e que deveria estar pronto em abril de 2015 e até agora não foi feito. Então, a primeira obrigação do prefeito, e nós vamos fazer isso, é a execução do Plano de Mobilidade. Sem isso nós não conseguimos nem buscar recursos no Governo Federal. Com o Plano de Mobilidade na mão, nós vamos fazer a licitação do transporte público, que é um desejo aqui da população há mais de 30 anos. A nossa ideia é implantar em Canoas um sistema de mobilidade de transporte coletivo semelhante ao de Curitiba. Ou seja, o BRT, com aquelas estações tubo, etc, e não o aeromóvel.
Gaúcha – O projeto do aeromóvel será descartado?
Luiz Carlos Busato – Se eu conseguir antes de iniciar as obras... Porque se iniciarem as obras eu vou ter que ter autorização do Tribunal de Contas do Estado. Mas se eu conseguir antes de eles iniciarem as obras eu vou tentar impedir. É um projeto caro e ineficiente.
Gaúcha – E sobre o rebaixamento do Trensurb e o túnel da Domingos Martins?
Luiz Carlos Busato – O rebaixamento do trem foi uma ideia minha, lançada por mim quando eu fui secretário do Planejamento Urbano aqui em Canoas. É obvio que essa seria a melhor solução para Canoas. Mas eu tenho consciência de que, nesse momento, pela gravidade da nossa economia nacional, a conjuntura toda do Estado, não é o momento de nós fazermos uma obra desse tamanho. Mas o túnel da Domingos Martins, sim, é uma obra de transposição de leste a oeste da cidade que talvez seja necessário e talvez outras transposições.
Gaúcha – Quais são suas iniciativas na área da saúde?
Luiz Carlos Busato – Nós vamos melhorar significativamente a questão dos exames médicos especializados, que é o anseio de toda a população. Hoje, tem gente esperando exames especializados há cinco anos. Então nós vamos contratar médicos ou conveniar com as clínicas de medicina especializada para atender a população. E vamos melhorar, significativamente, o teleagendamento, incluindo nele o agendamento presencial que é uma coisa que a população também quer. E vamos adaptar duas UPAs do município: uma exclusivamente para crianças, ou seja, pediátrica, e a outra para mulheres, para exames de prevenção e palestras nesse sentido.
Gaúcha – Qual sua opinião sobre o saneamento e o serviço prestado pela Corsan?
Luiz Carlos Busato – Nesses últimos 10 anos… Nesses últimos oito anos, melhor dizendo, da prefeitura de Canoas, apenas 10% foi acrescido na área de saneamento na cidade. Hoje nós temos apenas 16% de esgoto tratado. Entre as 100 maiores cidades do Brasil, Canoas ocupa o 89º lugar. Não é uma cidade que pode-se classificar como eficiente nesse sentido. E entre as cidades mais eficientes do Brasil, entre as cinco mil e tantas cidades do Brasil, Canoas ocupa hoje o quatro mil duzentos e alguma coisa, a posição de Canoas. Então, é uma ineficiência na gestão e uma ineficiência na execução do saneamento. Nós vamos questionar, sim, o contrato da Corsan, porque a Corsan hoje arrecada substancialmente em Canoas e não devolve à altura os investimentos na área de saneamento.