Semanas depois de o Brasil estampar a capa de jornais ao redor do mundo com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o país voltou a ganhar o noticiário internacional, desta vez com a cassação do mandato do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Nos Estados Unidos, na capa do site do New York Times, uma matéria destaca que o congresso fez uma votação "esmagadora" para expulsar o parlamentar que liderou o processo de saída da ex-presidente Dilma, "refletindo o quão instável está a classe política do país depois dos colossais escândalos de corrupção". Já no The Washington Post, Cunha é mencionado como mais um político do Congresso a cair ante os gigantes escândalos de corrupção que vem revoltando os brasileiros.
O francês Le Monde destacou que a cassação do mandato do conservador, ultrareligioso e "político mais impopular do Brasil" Eduardo Cunha ocorre em meio a acusações de corrupção.
O jornal destacou o apelo "desesperado" do ex-presidente da Câmara pouco antes da votação, quando disse que "aquele que assume o papel de juiz hoje deve (saber) que amanhã ele pode ser julgado".
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A rede britânica BBC destacou que o ex-presidente da Câmara dos Deputados foi cassado por mentir sobre ter milhões escondidos em contas bancárias na Suíça, e que, durante o "amargo" debate na noite de segunda-feira, acusou os demais parlamentares de estarem se vingando dele.
Ainda na reportagem da BBC, Cunha é citado por ser conhecido como "guardador de segredos" do Congresso, "onde dezenas de outros políticos são também acusados de fraudes".
Na alemã Deutsche Welle, o enfoque foi sobre o período em que o ex-presidente da Câmara ficará banido da política – oito anos. A rede também destacou que Cunha perdeu a imunidade parlamentar e corre o risco de ser preso por mentir sobre contas na Suíça.
O Público, de Portugal, deu destaque à sessão na Câmara dos Deputados também na capa do seu site, afirmando que Cunha foi destituído com "votação esmagadora", e que o parlamentar comparou o seu caso ao da ex-presidente Dilma Rousseff.