Após participar de Audiência Pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária no Senado, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou nesta quinta-feira, que o presidente em exercício, Michel Temer, já definiu que vai recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em setembro – após a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Na reforma ministerial de Temer, que prometeu cortar pastas, o MDA passou a ser a Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário e ficou subordinada à Casa Civil.
Segundo Padilha, ao tomar ciência das pendências e do tamanho das questões que a pasta possui, o presidente Temer decidiu voltar à ideia de ter alguém que vai pensar 24 horas nos temas e "no patamar de ministro".
– Eu tenho tantas ocupações que o tempo para cuidar da Secretaria de Desenvolvimento Agrário não é o que seria indispensável – justificou Padilha.
O ministro disse ainda que não vê problemas em relação às futuras críticas que virão por mais uma mudança de posição do governo.
– Não é mudança de posição, vamos otimizar, não vamos ter nenhum funcionário novo. Não haverá nenhum centavo a mais de custo da recriação da pasta – defendeu o ministro-chefe da Casa Civil.
Segundo Padilha, o nome do atual secretário – José Ricardo Ramos Roseno – é um dos que o governo conta para essa promoção.
– Não significa dizer que obrigatoriamente seja esse. Sabemos que a bancada do setor na Câmara tem pretensão de indicar um ministro – afirmou Padilha, sem adiantar para qual partido a futuro ministério será entregue.
Impeachment
Questionado se o governo trabalha para tentar acelerar o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Padilha afirmou que "todos os brasileiros gostariam de ter a solução deste impasse imediatamente".
– Estamos há muito tempo vivendo com sentimento de provisoriedade, temos que tornar a coisa definitiva, isso vai dar certeza para todos – afirmou.
De acordo com Padilha, mesmo ainda não sendo confirmado como presidente efetivo, Michel Temer "governa como se fosse governar pela eternidade".
– Ele não pensa em ações que vão terminar no dia x, y ou z. Há um projeto em andamento para todo o mandato e esse projeto ganha mais fôlego a partir da confirmação (de Temer) como presidente – destacou o ministro peemedebista.
Padilha disse ainda que, pelos cálculos do governo, o placar obtido na última fase da votação do impeachment no Senado – de 59 votos a favor da continuidade do processo – "é o piso".
– Podemos chegar a um teto maior, no limite 62 votos hoje, isso pode variar. Estamos com o cálculo entre 59 e 62 – finalizou.