Um grupo de artistas e intelectuais estrangeiros lançou, nesta quarta-feira, uma carta de protesto contra o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. No documento, os 22 signatários dizem apoiar todos os colegas artistas que "lutam pela democracia em todo o Brasil".
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O cineasta Oliver Stone, o ator e diretor Danny Glover e o ator e músico Viggo Mortensen estão entre as personalidades que assinam o manifesto.
"A base jurídica para o impeachment em curso é amplamente questionável e existem evidências convincentes mostrando que os principais promotores da campanha do impeachment estão tentando remover a presidenta com o objetivo de parar investigações de corrupção nas quais eles próprios estão implicados", diz um trecho da nota.
Em outro momento, o comunicado faz fortes críticas ao ministério definido pelo presidente interino Michel Temer. Segundo a carta, a base montada por Temer não respeita a diversidade e nem a igualdade:
"Lamentamos que o governo interino no Brasil tenha substituído um ministério diversificado, dirigido pela primeira presidente mulher, por um ministério compostos por homens brancos, em um país onde a maioria se identifica como negros ou pardos", declara.
Por fim, o documento faz um apelo aos senadores que decidirão o futuro da presidente afastada nos próximos dias, pois “o processo eleitoral de 2014 precisa ser respeitado:
"Esperamos que os senadores brasileiros respeitem o processo eleitoral de 2014, quando mais de 100 milhões de pessoas votaram. O Brasil emergiu de uma ditadura há apenas 30 anos, e esses eventos podem atrasar o progresso do país em termos de inclusão social e econômica por décadas", finaliza.
Sanders denúncia "golpe" no Brasil
No início deste mês, o candidato derrotado na disputa pela candidatura do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, o senador Bernie Sanders, afirmou que o processo de impeachment contra Dilma Rousseff "se assemelha a um golpe de Estado" e defendeu a realização de eleições antecipadas para solucionar a crise política brasileira.
"Depois de suspender a primeira presidente do Brasil com base em alegações duvidosas, o novo governo interino aboliu o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos" diz um trecho da nota.
Sanders divulgou o comunicado duas semanas depois de um grupo de 40 deputados democratas ter enviado carta ao secretário de Estado, John Kerry, expressando preocupação com o processo de afastamento de Dilma.
*Zero Hora