Terminou neste sábado (27), às 22h41min, o terceiro dia da sessão que analisa o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, no Senado. Os dois últimos indicados pela defesa foram ouvidos pelos senadores. O ex-ministro do Planejamento e da Fazenda Nelson Barbosa falou por oito horas, respondendo a questionamentos de 33 parlamentares, na condição de testemunha. Já o professor de direito Ricardo Lodi, indicado como informante, foi inquirido por 12 senadores.
A fase inicial do processo serviu para que sete depoentes fossem ouvidos, dois pela acusação e cinco pela defesa. Os advogados se manifestaram em todos os depoimentos. Até agora, a sessão foi marcada por uma série de divergências e discussões que influenciaram no atraso do cronograma estabelecido. O objetivo do presidente da sessão, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, era encerrar esta parte do processo entre a noite de sexta e a madrugada de sábado.
A sessão permanecerá suspensa no domingo. Na segunda-feira (29), a partir das 9h, está prevista a presença de Dilma Rousseff no plenário do Senado. A presidente afastada terá meia hora para se defender, e depois poderá responder aos questionamentos dos senadores. Nos últimos dias, Dilma se reuniu com aliados no Palácio da Alvorada para afinar o discurso. O mesmo ocorreu entre parlamentares da atual situação, favoráveis ao afastamento definitivo da petista.
Apoiadores de Dilma confirmaram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparecerá à sessão na segunda. Integrantes de sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais que defendem a presidente afastada também devem se mobilizar em protesto do lado de fora do Congresso.
O cronograma do impeachment não prevê a data final do julgamento. Parlamentares calculam, no entanto, que o processo será finalizado entre terça (30) e quarta (31).