O atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que considera a ideia de privatização da estatal um "dogma", e não acredita que a sociedade esteja madura o suficiente para discutir essa possibilidade:
– Sou contra falar da privatização da Petrobras. Não acho que é o caso, isso vai desviar a nossa atenção. Sou contra fatiar a empresa.
Parente admitiu, entretanto, que estuda a ideia de um controle compartilhado com o setor privado de algumas subsidiárias, como a BR Distribuidora ou a Transpetro.
– Na hipótese de a gente abrir a maior parte do controle, é com cocontrole –, afirmou, lembrando que isso será feito obedecendo a três condições: maximizar o valor dos ativos, preservar a empresa verticalizada e manter os seus interesses estratégicos.
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Conforme avaliação do presidente, apesar da crise que vive a estatal, a empresa está atualmente em uma situação mais estável que há um ano e meio, quando "estava no limite de provocar o resgate de dívidas".
– A empresa estava muito doente. Há um ano e meio, era uma hemorragia aguda: não tinha balanço e estava no limite de provocar resgate de dívidas. A turma que chegou naquela época conseguiu resolver essa hemorragia. Mas ainda há problemas complicados, e a síntese deles é o nível de endividamento – explicou.
Questionado sobre o esquema de corrupção que envolve a Petrobras, o presidente descartou que a responsabilidade seja a forma como a empresa faz suas compras e licitações, apontando que os diretores envolvidos no petrolão "foram escolhidos com a intencionalidade" de praticar crimes:
– Eles dariam uma volta em qualquer tipo de sistema porque, no fim do dia, a consecução da prática não se dava na própria empresa, na assinatura dos contratos – disse.
Já sobre a possibilidade de se manter no cargo numa eventual volta de Dilma Rousseff, foi enfático:
– Não sei. Não tenho a menor ideia.