O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, disse, nesta quinta-feira, esperar que a renúncia do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) à Presidência da Câmara "não seja mais uma estratégia para driblar sua cassação".
Para Lamachia, o país esperava "há muito tempo (pela saída do peemedebista), pois era evidente sua falta de legitimidade para continuar no cargo".
– A renúncia do deputado Eduardo Cunha à Presidência da Câmara diminui as incertezas sobre a condução dos trabalhos legislativos e abre caminho para os deputados reorganizarem a Casa – considera Lamachia.
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A Câmara vive uma turbulência sem igual desde que o peemedebista caiu na malha fina da Operação Lava-Jato. Os trabalhos estão praticamente paralisados desde que Waldir Maranhão (PP/MA) assumiu interinamente a cadeira de Eduardo Cunha, afastado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente da OAB entende que a renúncia "não pode significar o fim do processo ético contra Eduardo Cunha, em curso na Câmara". O processo pode resultar na inelegibilidade do parlamentar, sob suspeita da Procuradoria-Geral da República que lhe atribui corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Na Câmara que presidiu durante um ano e cinco meses, Cunha sofre processo de cassação.
– Espero que essa renúncia não seja mais um artifício para driblar a cassação – disse Lamachia.
*Estadão Conteúdo