O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, explicou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, como planeja alcançar a meta fiscal no ano que vem. Para 2017, o planejamento prevê um déficit máximo de R$ 139 bilhões, que deve ser alcançado por meio de controle de despesas, em um primeiro momento – caso não seja o suficiente, o ministro disse que privatizações e aumento de impostos são opções. De acordo com Meirelles, "caso as despesas continuassem com o ritmo de crescimento dos últimos 16 anos, teríamos um déficit de R$ 274 bilhões". A proposta do ministro é barrar elevação de gastos em saúde e educação, atualmente obrigatórios por lei.
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Se por um lado o ministro avalia que será necessário um corte de R$ 80 bilhões nas despesas, por outro será necessário um incremento de R$ 55 bilhões nas receitas. Para o ministro, uma diminuição nas "incertezas econômicas" deve aumentar a arrecadação, "o que já está acontecendo". Entretanto, "privatizações, concessões, outorgas, securitizações etc" também são previstas pelo ministro. "Outra forma é a venda de ativos do BNDES", garantiu, dizendo que todas as opções devem ser avaliadas até "fim de agosto".
Ainda segundo o ministro, o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff não afeta esse plano. "No entanto, caso ocorra a recuperação maior da confiança, na hipótese de que seja concluído o processo de impeachment, teremos uma recuperação da atividade maior ainda do que estamos prevendo", disse. Sobre o déficit primário zero já em 2019, Meirelles disse que é um plano "rigoroso, austero, mas factível".