O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou nesta quinta-feira uma petição perante a Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra para denunciar "abusos de poder" contra ele. O anúncio foi feito pelos advogados do petista em Londres. Lula, presidente de 2003 a 2010, é suspeito de se beneficiar da rede de corrupção em torno da Petrobras, um caso investigado pelo juiz Sergio Moro, no âmbito da Operação Lava-Jato.
De acordo com os advogados brasileiros e britânicos, que viajaram a Genebra para apresentar a petição, o juiz Moro seria culpado de "abuso de poder" por violar o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos. A petição entregue ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas condena a detenção arbitrária que Lula foi vítima e acredita que a presunção de inocência do ex-chefe de Estado foi violada.
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– Lula decidiu levar o caso para as Nações Unidas porque ele não consegue ter justiça sob o sistema judicial inquisitório do Brasil – disse o advogado britânico Geoffrey Robertson, denunciando um sistema judicial em que um "mesmo juiz" encarregado da investigação pode julgar a pessoa que investigou e "decidir sua culpa ou inocência, sem jurados".
Símbolo da luta contra a corrupção, o juiz Moro está a cargo da Operação Lava-Jato, que revelou o caso corrupção na Petrobras destinada principalmente para financiar partidos e políticos.
No início de julho, a defesa de Lula havia solicitado a transferência do processo para outro tribunal, questionando a imparcialidade do juiz Moro.