Nos acordos de delação premiada negociados por executivos da construtora Odebrecht, mais de cem políticos, incluindo deputados, senadores e ministros, são citados como beneficiários diretos de desvios de dinheiro público ou recebedores de vantagens como repasses de verba para suas campanhas, por exemplo. As informações são do jornal O Globo e foram relatadas por uma fonte ligada às investigações.
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Entre os apontados nas negociações preliminares, estão o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB); de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); e de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Ainda não estão claras as circunstâncias em que cada político aparece nos relatos. Na lista também constam ex-governadores, como Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que já foi citado por outros delatores, como Paulo Roberto Costa, ex-diretor na Petrobras.
Os depoimentos mais temidos desde o início da Operação Lava-Jato estão previstos para iniciar nesta sexta-feira, segundo o blog do jornalista Lauro Jardim, de O Globo. No total, serão 15 depoentes. Entre eles está o ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht.
Depois de uma primeira etapa complicada, com avanços e recuos, os acordos de delação da Odebrecht avançam de forma significativa. Após acertos prévios com advogados, os procuradores estavam até agora conversando com os investigados. Nessas conversas prévias, os réus apresentam as linhas gerais das denúncias a serem feitas.