Até o início da noite desta segunda-feira, 10 deputados formalizaram as candidaturas para disputar o mandato tampão até fevereiro de 2017. A expectativa é de que o número de concorrentes passe de 12. Os deputados terão até meio-dia de quarta-feira, dia da eleição, para registrar as candidaturas. A votação começará às 16h. No fim da noite desta segunda, o DEM lançou a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) após uma votação simbólica. Ainda falta o candidato protocolar a candidatura.
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Até o momento, a única candidatura de oposição é a da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que formalizou a participação na eleição no fim da tarde desta segunda-feira. A bancada decidiu colocar a deputada na disputa para marcar posição e tentar atrair o voto de parlamentares de esquerda.Os demais candidatos são: Fausto Pinato (PP-SP), Carlos Gaguim (PTN-TO), Carlos Manato (SD-ES), Marcelo Castro (PMDB-PI), Fábio Ramalho (PMDB-MG), Heráclito Fortes (PSB-PI), Fernando Giacobo (PR-PR), Cristiane Brasil (PTB-RJ) e Rogério Rosso (PSD-DF).
Regras
A Câmara usará urna eletrônica na eleição de seu novo presidente. Conforme estabelece o regimento da Casa, o voto será secreto.Um sorteio definirá a ordem dos candidatos na votação, e essa sequência também valerá para a ordem dos discursos no plenário.
Cada candidato terá 10 minutos para pedir o voto dos colegas.Para ser eleito, o deputado precisará da maioria absoluta: 257 votos. Caso ninguém consiga atingir esse número, haverá segundo turno. Em caso de empate, tanto no primeiro quanto em um eventual segundo turno, a disputa será decidida obedecendo aos seguintes critérios: maior número de mandatos e parlamentar mais idoso.
Reunião
No fim da tarde desta segunda-feira, o colégio de líderes referendou a proposta da Mesa Diretora e bateu o martelo para a data da eleição para a presidência. O acordo encerrou um cabo de guerra envolvendo líderes da base aliada do governo, que queriam resolver a questão na terça-feira, e o presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA), que havia marcado a votação para quinta-feira.Apesar do acordo para votação na quarta-feira, alguns deputados criticaram a antecipação da disputa. Para a líder da minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a eleição na quarta favorece Eduardo Cunha, que terá adiado para agosto, após o recesso parlamentar, a definição sobre o processo de cassação do seu mandato.
_ Essa antecipação da eleição não foi correta, não foi boa. Já havia uma convocação para a quinta-feira e isso daria tempo de vencer a pauta a respeito do Eduardo Cunha, antes da sucessão _ afirmou.
O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), também considera que Cunha será o maior beneficiado com a antecipação da eleição. O partido, ao lado da Rede, foi responsável pela representação contra o peemedebista no Conselho de Ética.Segundo Valente, no acordo para antecipar a eleição para a presidência, os líderes não concordaram em suspender a ordem do dia para evitar que a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisa recurso de Cunha, seja suspensa em razão das votações em plenário.
_ A CCJ vai começar as 14h30min e às 17h30min vai ser chamado o plenário, ou seja, não vai ter o debate sobre o recurso do Eduardo Cunha, isso vai ficar para agosto. Cinismo, hipocrisia e blindagem _ criticou.
Planalto
Já o Palácio do Planalto tem agido com cautela em relação à disputa na Câmara. Integrantes do governo têm dado reiteradas declarações de que o Executivo não pretende apoiar especificamente nenhuma candidatura. Aliados de Temer, contudo, tem agido para tentar reduzir o número de candidaturas, principalmente as que existem no mesmo partido, como o PMDB.
A avaliação do Planalto é que, apesar da possibilidade de segundo turno, o importante é que ocorra uma "disputa normal", evitando um possível "racha" na base aliada.
– Não tem como o governo fazer uma ingerência dos candidatos da base para que tenha uma candidatura única. Seria muito bom que eles entre si construíssem isso, mas isso é impossível – disse o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).
*Agência Brasil