Depois de uma sequência de manobras que atrasaram o início da sessão que escolheria o novo presidente da Câmara nesta quarta-feira, os deputados finalizaram o primeiro turno da votação pouco antes das 22h. Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rogério Rosso (PSD-DF), ambos aliados do governo Michel Temer, conquistaram as maiores votações entre os colegas e seguiram para o segundo turno.
Ao final, Maia venceu Rogério Rosso - em votação que avançou pela madrugada de quinta - pelo placar de 285 a 170 votos.
Assim como a data, o horário para começar a sessão que escolheria o novo presidente da Câmara também foi modificada por pelo menos duas vezes durante a tarde desta quarta-feira pelo deputado Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Casa. Inicialmente, estava prevista a abertura da ordem do dia às 16h, mas foi adiada para as 19h e, depois, para 17h30min.
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Na saída da reunião, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), chamou Maranhão de "débil mental" e "moleque da pior qualidade". Desde que assumiu a chefia provisória da Câmara, em maio, Maranhão tem voltado atrás em suas decisões. Em um dos episódios mais marcantes, anulou a sessão em que 367 deputados votaram pelo impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Desistiu na madrugada do dia seguinte da polêmica decisão, revogando o ofício assinado.
Antes dos 14 candidatos, Waldir Maranhão falou aos colegas sobre sua interinidade e afirmou que deixará o posto sem "mágoa ou rancor" e com a "consciência limpa".
– Deixarei essa presidência sem mágoa ou rancores. Com cons-ciência limpa e tranquila. Continuarei o exercício da vice-presidência prestando lealdade ao meu Estado e nosso país – afirmou, postado na Mesa Diretora.
Além disso, disse que chegou à cadeira mais importante da Câmara "de forma inesperada e não desejada" e lembrou sobre o processo de cassação de Cunha, afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
– Estávamos vivendo um momento difícil para o país, a minha postura foi exercer a interinidade com honestidade e honradez. Procurei em todos os atos que pratiquei seguir estritamente o regimento da Casa, mesmo aqueles que se referem ao processo de cassação parlamentares – destacou.
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