
Vizinhos do prédio em que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) mora em Curitiba comemoraram a ação da Polícia Federal (PF) que cumpriu, na manhã desta quinta-feira, mandado de busca e apreensão no apartamento da petista.
Os 10 agentes da PF e da Receita Federal que participaram da operação na residência de Gleisi, que fica em um edifício no bairro Água Verde, foram recebidos e deixaram o local sob aplausos de moradores da vizinhança.
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Os policiais e agentes da Receita ficaram por cerca de duas horas no apartamento. Entraram por volta das 6h da manhã e saíram pouco depois das 8h. Na saída, carregavam pastas com documentos e pen drives. Gleisi estava em Brasília e não acompanhou a operação em seu imóvel.
Moradores da região relataram ainda que, desde o fim de semana passado, haviam percebido que carros da PF circulavam pela região – num indicativo de que o apartamento da senadora já estava sendo vigiado.
A residência de Gleisi foi alvo de mandado de busca e apreensão da Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato conduzido pela Justiça Federal de São Paulo. Essa ação policial prendeu nesta quinta o marido de Gleisi, o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo.
A Operação Custo Brasil investiga o pagamento de propina por meio de contratos de prestação de serviços de informática firmados pelo Ministério do Planejamento, no valor de R$ 100 milhões, entre 2010 e 2015. Parte desse período inclui a gestão de Bernardo no Planejamento.
Outro lado
A defesa de Paulo Bernardo e Gleisi questionou o mandado de prisão preventiva contra o ex-ministro e os mandados de busca e apreensão no apartamento do casal em Curitiba.
A advogada dos dois, Verônica Sterman, disse que deve recorrer. Ela também negou que o casal tenha participado de um esquema de pagamento de propina.
Verônica afirmou que ainda não teve acesso ao processo que resultou na operação.
– A gente precisa ter acesso ao processo para entender a decisão (da Justiça Federal de São Paulo). Pelo que a gente conhece do caso, não há requisito autorizador que preencha as determinações da lei para o mandado de prisão (contra Bernardo) –, afirmou.
Ela disse que irá estudar o processo para definir quais medidas podem ser tomadas sobre o assunto.




