O presidente interino, Michel Temer, afirmou ,nesta quinta-feira, que, "pouco a pouco", o seu governo vai "trazer o Brasil para realidade". Temer repetiu que não se preocupa com a interinidade. O presidente interino usou, pela primeira vez, o Salão Nobre do Palácio do Planalto e, para uma plateia de cerca de 450 empresários, disse que o evento desta quinta reforçava o apoio ao seu governo.
– Achei que teríamos aqui 30 ou 40 pessoas e vejo que as lideranças empresariais conseguiram mobilizar todo o Brasil – disse.
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De forma descontraída, Temer desejou aos empresários que a "cadeira não seja desconfortável" e contou novamente a história de quando passou em um posto numa estrada paulista e viu a placa com dizeres "não fale em crise, trabalhe". Segundo o presidente, depois de sua menção, reportagens mostraram que o posto em questão faliu.
– As empresa faliram por conta do sistema econômico anterior. No sistema atual, ninguém vai falir – disse.
Segundo Temer, os empresários não têm a preocupação coma figura do presidente e sim com o futuro do país.
– Dar apoio ao governo é dar apoio ao Brasil – disse.
O presidente destacou que via "animação" no empresariado e que além do "combate material, econômico, também há um fenômeno psicológico" para combater a crise e retomar a confiança.
Em um afago aos empresários, Temer afirmou que, se a iniciativa privada caminhar bem, forma-se um circulo virtuoso importante para a economia, que ajuda a garantir o "primeiro direito do cidadão, que é emprego". Segundo ele, uma das coisas mais desagradáveis que ele ouviu é que já há mais de 11 milhões de desempregados no país.
Temer disse que a representatividade do evento desta quinta, com um número significativo de lideranças empresariais, faz com o governo se sinta mais responsável.
– Ao falar muito obrigado, agora me sinto com mais obrigações – disse.
Ao reforçar que não atua como interino, Temer chegou a dizer que, "aconteça o que acontecer", não é figura do presidente da República que importa. E destacou que segue trabalhando pelo país.
Ele citou a proposta do teto dos gastos públicos e disse que era meta expandir para os Estados.
– A União só é forte se forem fortes os Estados e municípios – disse.
Ele citou ainda o empenho do Congresso na aprovação de matérias consideradas importantes pelo governo, como a meta fiscal, e disse que para ter governabilidade é fundamental, além do apoio dos parlamentares, a compreensão da população.
– Nós não governamos para um setor e sim para todo o país – disse.
O presidente também comentou o aumento de 12,5% concedido aos beneficiários do Bolsa Família.
– Temos extrema pobreza ainda. Por isso, demos a revalorização do Bolsa Família – afirmou.
Carta
Temer participou de cerimônia com representantes da Confederação das Associações Comerciais (CACB). O presidente a entidade, George Teixeira Pinheiro, entregará ao presidente interino uma carta com propostas para contribuir na atuação do governo, entre elas, a abertura d economia e incentivos às exportações, a simplificação do Supersimples, a regulamentação da terceirização e o pedido de um novo Refis.
"Reconhecemos todas as dificuldades para colocar o país nos trilhos e acreditamos que são necessárias medidas pontuais para que a economia retome o processo de crescimento", diz Pinheiro, na carta.
No documento, Pinheiro afirma ainda que é essencial uma agenda econômica e social que facilite a vida de "quem corre riscos para gerar investimentos e empregos". "O financiamento ao empreendedor é caríssimo e escasso", diz.
*Estadão Conteúdo