Decisiva na votação do Conselho de Ética que aprovou o relatório que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a deputada federal Tia Eron (PRB-BA) ressaltou à Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira (15), que teve total liberdade para tomar sua decisão contra o presidente afastado da Câmara.
"Essas falas que a gente faz é um tanto do desabafo, do momento que estamos. Na condição que estive, como julgadora do processo e da imparcialidade que precisamos. Eu precisava estar livre de qualquer tendência, de qualquer influência, de qualquer recomendação, de qualquer conselho... então quando digo que ninguém manda nessa nega é que quem manda nessa nega é a consciência dela. Isso para fazer um justo juízo", disse em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Tia Eron também afirmou ter sido ofendida nas redes sociais: "Não foram apenas as cobranças. Foram as hostilidades, distratos, ofensas. O desrespeito porque nem sabiam como eu iria votar, como eu estava construindo. O que eu estava fazendo era com base no principio da imparcialidade. Ninguém sabia, entretanto eu já estava crucificada".
Ela reclamou que foi taxada de aliada de Cunha por ter votado nele para presidente da Câmara. Ressaltou, contudo, que não votou sozinha no parlamentar para comandar a Casa e que o mais pesou foram as evidências.
"Eu estava precisando das provas: uma conta que não tem movimentação, um contrato irrevogável, compra nos cartões de credito... a senha é o nome da mãe do beneficiário ou do usuário.. junta tudo isso, você vê o desenho claro, como a luz solar, de que houve, realmente, um decoro parlamentar".
A deputada baiana negou que tenha sido procurada por Cunha antes da votação: "Até porque eu não permitiria. Eu não permiti pressão nem da imprensa, da sociedade, dos eleitores baianos, da família ou de meus assessores. Quanto mais uma ligação do réu, do representado"