O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta segunda-feira que a situação do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, que teria recebido recursos de propina da Petrobras, será avaliada pelo presidente da República interino, Michel Temer. Contudo, não escondeu que o caso coloca o governo em maus lençóis novamente.
– Ora, qualquer citação que possa ser negativa, não sou ingênuo, é claro que constrange, né? – comentou Padilha em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
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Alves viu o seu nome colocado no centro de discussões nesta segunda-feira com a revelação de afirmação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ao Supremo Tribunal Federal (STF), Janot mencionou que o ministro do Turismo havia atuado para obter recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS.
Padilha frisou que Temer havia recomendado que possíveis envolvidos na Operação Lava-Jato teriam que se afastar do governo. Ao ser questionado sobre novidades relacionadas ao caso de Alves, o ministro da Casa Civil deixou no ar uma eventual saída do colega:
– Vamos ficar atentos.
Ouça a entrevista de Eliseu Padilha à Rádio Gaúcha:
Padilha também foi indagado sobre a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP), nomeada para chefiar a Secretaria de Políticas para as Mulheres na semana passada. O ministro apontou que, de acordo com a posição de Temer, ela não deverá tomar posse enquanto estiver envolta em investigações.
Segundo relatório da Procuradoria-Geral da República (PGR), Fátima é suspeita de envolvimento no esquema desmantelado pela Operação Voucher, em 2011. Ela teria indicado uma ONG fantasma para receber R$ 4 milhões de suas emendas para promover o turismo no Amapá. Quatro depoimentos a apontaram como beneficiária de parte do dinheiro.
Além disso, Padilha ainda comentou a polêmica do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Fábio Medina Osório, que teria dado um "carteiraço" para usar um dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a Curitiba. Na entrevista, garantiu que irá se inteirar do caso nesta segunda-feira. E destacou que havia pedido a Osório, em diálogo via WhatsApp, no sábado, para não se manifestar sobre o caso durante o final de semana.
– Roupa suja se lava em casa – definiu Padilha.
No entanto, a recomendação não foi seguida pelo advogado-geral da União. No sábado, ele conversou com a Rádio Gaúcha sobre a polêmica e negou a saída da AGU.