O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florense (BA), afirmou que a área jurídica do partido estuda apresentar um novo pedido de impeachment do presidente interino Michel Temer, com base na citação ao peemedebista feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em delação premiada. Segundo o petista, o partido aguarda a apresentação das provas para embasar esse novo pedido. O PSOL também deve apresentar um novo pedido de impeachment contra Temer.
Para Florense, as acusações feitas por Machado são graves. Ele argumenta, porém, que o PT não fará o mesmo que o PMDB e outros partidos articuladores do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff fizeram: apresentar um pedido de impeachment sem provas.
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Atualmente, tramita na Câmara outro pedido de impeachment de Temer, sob acusação de que ele cometeu crime de responsabilidade ao assinar decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso (mesmo argumento usado para embasar o impeachment de Dilma). O processo foi aberto na Casa por ordem do Supremo Tribunal Federal, mas a comissão que analisará a representação não foi instalada, pois líderes aliados de Temer se recusam a indicar seus representantes.
Na comissão do impeachment no Senado, a divulgação da delação de Machado ampliou a tensão. A sessão de ontem foi marcada por troca de farpas entre governistas e oposicionistas. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) lembrou a citação a Temer.
– Esse Congresso deveria paralisar esse processo. Estamos enfrentando a maior crise da história do Senado, da Câmara... E agora tem uma novidade, o Ibovespa caiu 600 pontos em quatro minutos após a delação premiada de Machado envolver Temer. Este é o país que quer afastar a presidente por crédito suplementar, por Plano Safra que não tem autoria. Se Eduardo Cunha delatar, não fica um dia esse governo. Cai o governo todo.
O senador Magno Malta (PR-ES) interrompeu a fala de Lindbergh, dizendo que outras delações premiadas da Operação Lava-Jato também envolvem os nomes das principais lideranças petistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente afastada Dilma Rousseff.
– Nestor Cerveró envolve Dilma, Marcelo Odebrecht envolve Dilma, envolve Lula. Isso é brincadeira – rebateu exaltado.