O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que "foram encontrados indícios de possível recebimento de propina" pelo ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE). A informação é da Folha de S. Paulo.
Mendonça teria recebido R$ 100 mil em vantagem indevida, disfarçada de doação eleitoral na campanha de 2014. Os elementos teriam surgido do celular de Walmir Pinheiro, ex-diretor financeiro da construtora UTC, uma das empreiteiras investigadas na Lava-Jato, e folha impressa identificando o partido Democratas e dados bancários de uma conta para doações.
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"Assim, por estarmos diante de elementos indiciários de possível pagamento de propina para a campanha do citado parlamentar federal, certa e a competência dessa STF para a análise e processamento de eventual investigação criminal a respeito", escreveu Janot, em manifestação feita ao STF no dia 26 de janeiro.
O documento era sigiloso e se tornou público nesta sexta. Não há detalhes sobre o desdobramento do caso, se foi aberto um inquérito.
Contraponto
Contata pela Folha de S. Paulo, a assessoria do ministro informou que ele foi procurado "por interlocutores da UTC oferecendo doação legal no valor de R$ 100 mil" e que, na ocasião, ele respondeu que não queria a doação, "mas se a empresa quisesse doar para o partido o fizesse". Diz ainda que a doação foi feita de forma legal e está registrada na prestação de contas do partido do ano de 2014, junto à Justiça Eleitoral.