O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter na Corte as investigações nas quais é alvo na Operação Lava-Jato. Na petição enviada ao Supremo, os advogados solicitam que o ministro Teori Zavascki ou o plenário do tribunal reveja decisão que enviou todos os processos contra Lula para a 13ª Vara Federal em Curitiba, comandada pelo juiz federal Sergio Moro.
O ex-presidente é investigado sobre supostas irregularidades na compra de cota de um apartamento triplex no Guarujá (SP) e em benfeitorias em um sítio frequentado por sua família em Atibaia (SP).
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De acordo com a defesa, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifestou, durante a tramitação de um dos processos, a favor de que as investigações continuem em tramitação no STF.
"Ora, se o procurador-geral da República incluiu o embargante (Lula) na principal investigação relativa à Operação Lava-Jato e defendeu que tal investigação seja realizada perante esse Excelso Supremo Tribunal Federal – o que foi deferido por Vossa Excelência – é evidente que não se mostra possível a abertura de novas investigações a respeito do mesmo assunto perante outros órgãos jurisdicionais", argumentou a defesa na petição.
Na terça-feira, Zavascki decidiu remeter os processos a Sergio Moro e anulou a gravação, feita durante a operação, de uma conversa telefônica entre Lula e a presidenta afastada Dilma Rousseff. Nesta decisão, Teori, responsável pelos processos da Lava-Jato no STF, entendeu que a escuta deve ser retirada do processo porque foi gravada pela Polícia Federal após a decisão de Moro de suspender o monitoramento. De acordo com o entendimento do ministro, Moro usurpou a competência do Supremo ao levantar o sigilo das conversas.
– Foi também precoce e, pelo menos parcialmente equivocada, a decisão que adiantou juízo de validade das interceptações, colhidas, em parte importante, sem abrigo judicial, quando já havia determinação de interrupção das escutas – disse o ministro.