O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (14), o parecer do relator Marcos Rogério (DEM-RO) que pede a cassação do mandato do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PDMB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. O relatório foi aprovado por 11 votos contra nove.
Com a aprovação, o parecer precisa ser submetido ao plenário da Câmara. Se for aprovado pelo mínimo de 257 dos 512 deputados, Cunha será, de fato, cassado do mandato.
Um dos votos decisivos para a aprovação do relatório no Conselho de Ética foi da deputada Tia Eron (PRB-BA), de quem se esperava ser contrária ao texto de Marcos Rogério. A parlamentar, contudo, votou “sim” ao parecer.
Processo contra Cunha
O processo contra Eduardo Cunha tramita há oito meses no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. O deputado é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras, quando negou a existência de contas no exterior em seu nome, o que poderia caracterizar quebra de decoro parlamentar.
Segundo o relator do processo, Cunha é o dono de pelo menos quatro contas na Suíça: Köpek; Triumph SP, Orion SP e Netherton. Ao pedir a cassação de Cunha, Rogério disse que as contas são verdadeiros “laranjas de luxo”.
Cunha nega a propriedade das contas, mas admitiu ter o usufruto de ativos geridos por trustes estrangeiros. O deputado está afastado do mandato e da presidência desde maio por decisão do Supremo Tribunal Federal.