Mais uma vez com o intuito de correr com o processo de impeachment, senadores da base do presidente em exercício, Michel Temer, articulam a dispensa de testemunhas da acusação. Na sessão desta segunda, quatro depoimentos foram cancelados. A decisão gerou reação dos parlamentares que defendem a presidente afastada Dilma Rousseff.
Os aliados de Temer apresentaram requerimento para dispensa das testemunhas no início da reunião desta tarde. Para terem validade, os requerimentos precisavam ser aprovados – o que ocorreu, já que o governo detém maioria no colegiado.
– Entendemos que já temos indícios de sobra para podermos dispensar testemunhas no caso da acusação. Devemos dispensar duas testemunhas hoje e, se for o caso, dispensaremos todas amanhã – disse a senadora Simone Tebet (PMDB-MS).
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Apesar de defender que já existem indícios suficientes, a senadora negou que o posicionamento demonstre que o governo interino "já ganhou" o processo de impeachment.
Simone defende que essa é uma forma de contribuir para o fim da crise institucional e aproveitar o tempo do Senado para votar matérias "fundamentais", como a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e os reajustes salariais do funcionalismo público, projetos que vieram da Câmara na última semana.
De acordo com a senadora Simone Tebet e o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), o objetivo é ouvir o secretário de Macroavaliação Governamental do Tribunal de Contas da União (TCU), Leonardo Albernaz, e o secretário de controle interno do TCU, Tiago Alvez Dutra. Seriam dispensados o ex-subsecretário de Política Fiscal do Tesouro Nacional, Marcus Pereira Aucélio, e a ex-secretária de Orçamento e Finanças do Ministério do Planejamento, Esther Dweck.
*Estadão Conteúdo