O clima no Conselho de Ética é de apreensão entre opositores do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Parlamentares relatam preocupação com informações não oficiais de bastidores dando conta de que a deputada Tia Eron (PRB-BA) poderá votar contra a cassação do peemedebista.
O voto da parlamentar é considerado decisivo para aprovar a perda do mandato de Cunha. O placar previsto no momento é de nove votos pela cassação e 10 contra. Se Tia Eron empatar o placar, caberá ao presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), dar o voto de minerva. O deputado deve votar pela perda do mandato de Cunha.
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Membro titular do conselho, o deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) diz que sua preocupação advém de uma confiança muito grande entre aliados de Cunha no colegiado sobre a votação do parecer pela cassação. Segundo ele, caso a informação se confirme, ficará clara a influência do governo Michel Temer na votação.O presidente interino se reuniu na noite de segunda-feira com o presidente nacional do PRB e ministro do Desenvolvimento, Marcos Pereira.
Na avaliação do tucano, caso o voto de Tia Eron pró-Cunha se confirme, a base aliada do presidente em exercício Michel Temer estará colocando o voto da deputada baiana no "colo do governo". Para Marchezan, a base estará prestando um "desserviço" ao governo do peemedebista.
– A sensação é de que a deputada Tia Eron foi abduzida – brincou.