Para negociar com aos servidores da antiga Controladoria-Geral da União (CGU) e evitar a continuidade de protestos contra o governo, o Palácio do Planalto agendou uma reunião para esta quinta-feira com os representantes do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical).
Os servidores do novo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, que protestaram novamente na quarta-feira em frente ao Planalto, alegam que, em princípio, não vão se opor ao nome de Torquato Jardim, indicado pelo presidente interino, Michel Temer, para comandar a pasta. Eles serão recebidos pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, no mesmo dia em que está marcada a posse de Jardim, que é ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral.
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Depois de 18 dias à frente da pasta, o ex-ministro Fabiano Silveira deixou o cargo após a divulgação de conversas gravadas em que ele aparece criticando a Operação Lava-Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para Rudinei Marques, presidente da Unacon, a categoria pretende dar um "voto de confiança" a Torquato desde que ele atue para atender às reivindicações dos servidores.
Segundo Marques, não se deve perder a identidade institucional da marca CGU, sob o risco de destruir o reconhecimento que o órgão ganhou nos últimos anos, inclusive internacional. Além disso, acrescentou, a desvinculação do órgão da Presidência da República a deslegitima perante as outras instituições da administração federal.
– Se antes, por exemplo, estivéssemos auditando um programa no Ministério da Saúde, podíamos mandar o ministro corrigir os problemas. Agora, o ministro (da Transparência) tem o mesmo poder que os outros colegas – afirmou.
Na manifestação de terça-feira, os servidores voltaram a fazer barulho em frente ao Planalto e a exibir faixas contra o que consideram a extinção do órgão de controle. "Combate à corrupção já tem nome. Autonomia e independência à CGU. A extinção da CGU só interessa aos corruptos", diziam alguns dos cartazes.