Na carta de demissão enviada nesta quinta-feira ao presidente interino Michel Temer, o agora ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves afirma que tomou a decisão de deixar a pasta para "não criar constrangimentos" ou "qualquer dificuldade" para o governo.
Citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e investigado na Operação Lava-Jato, Henrique Alves disse acreditar que todas as denúncias contra ele "serão esclarecidas".
"Estou seguro de que todas as ilações envolvendo o meu nome serão esclarecidas. Confio nas nossas instituições e no nosso Estado Democrático de Direito. Por isso, vou me dedicar a enfrentar as denúncias com serenidade e transparência nas instâncias devidas", diz Alves em um trecho da carta a Temer.
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No documento, Alves agradece a lealdade, amizade e o "compromisso de uma longa vida política e partidária" de Temer:
"Sempre estaremos juntos nessa trincheira democrática em busca de uma nação melhor. A sua, a minha, a nossa luta continuam. Pelo meu Rio Grande Norte e pelo nosso Brasil", escreveu na carta.
Ex-ministro do Turismo também no governo da presidente afastada Dilma Rousseff, Henrique Eduardo Alves teria recebido, segundo a delação de Sergio Machado, R$ 1,55 milhão em doações eleitorais com recursos ilícitos. O peemedebista também é investigado na Operação Lava-Jato por suspeita de receber propina disfarçada de doações eleitorais de Léo Pinheiro, dono da empreiteira OAS.
Alves afirma que as doações que recebeu foram legais e declaradas à Justiça eleitoral.