O presidente interino Michel Temer irá, na próxima segunda-feira, anunciar corte de gastos e medidas para melhorar o controle do Estado. Antes disso, ele tem encontros com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Romero Jucá, para acertar os detalhes. Os três estão reunidos neste sábado, acompanhados também pelo secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que "as medidas de austeridade (fiscal) estão aí para ficar." Antes de participar de reunião com Temer, ele destacou que tais ações por parte do governo "serão fundamentais para o equilíbrio das contas públicas, e mais importante, para que isso sinalize uma volta da confiança, do crescimento."
Leia mais:
Seis mulheres refletem sobre a ausência feminina no primeiro escalão de Temer
Após polêmica, Michel Temer decide recriar Ministério da Cultura
Em Paris, exibição de "Aquarius" é seguida por ato contra Temer
Na avaliação do ministro da Fazenda, o retorno da confiança ao país será essencial para o aumento dos investimentos, do consumo, das vendas.
– É um ciclo virtuoso que pode levar ao crescimento, que é exatamente a inversão do processo atual que foi gerado por uma queda da confiança da economia.
Para Meirelles, as medidas visam que o "o aumento das despesas no futuro seja menor e que possamos ter um Estado brasileiro totalmente financiável no futuro, com finanças equilibradas e uma trajetória de dívida pública sustentável."
O ministro destacou que entre as medidas que serão anunciadas na próxima segunda-feira pelo governo não estará a proposta da reforma da Previdência Social, que segue em estudos e contará com a análise de uma comissão formada por centrais sindicais, o Poder Executivo e especialistas. Ele disse que a proposta será divulgada no devido tempo.
Meirelles também mostrou-se otimista com a receptividade do Congresso Nacional sobre as medidas de austeridade fiscal que serão apresentadas pelo governo.
– Espero do Congresso que entenda as necessidades do povo brasileiro e das finanças publicas. Acredito que será uma negociação muito produtiva, todos os contatos que tenho tido até o momento são muito positivos.
Ele destacou que eventualmente está conversando com lideranças no parlamento e que "a receptividade é boa."
Jucá
O ministro do Planejamento, destacou, também antes da reunião com Temer, que a apresentação do déficit primário de R$ 170,5 bilhões para este ano foi a constatação de um quadro fiscal de extrema dificuldade.
– Agora, vamos começar a operar medidas que melhorem essa dificuldade até fazermos a travessia para outro tipo de situação que é o ideal: equilíbrio fiscal, geração de empregos, crescimento econômico, enfim, credibilidade, estabilidade e segurança jurídica.
Jucá apontou que há grande diálogo entre os ministros sobre as medidas que devem ser anunciadas na próxima segunda-feira, com destaque para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Republica em exercício, Michel Temer.
– Temos bastante discussão, a palavra final é do presidente da República – comentou.
O ministro do Planejamento apontou que as medidas que estão no foco do governo atuam em diversas linhas diferentes.
– Desde a contenção de gastos, limitação de despesas, mudança do quadro de endividamento – disse. – São muitos assuntos, cada um terá seu calendário próprio. Mas estamos formulando saídas para que o Brasil possa sair rapidamente desta crise.