A presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), marcou para a próxima terça-feira, 7 de junho, às 10h, a sabatina de Ilan Goldfajn, indicado à presidência do Banco Central (BC). Antes da decisão desta terça, cogitava-se a possibilidade de Ilan ser sabatinado ainda na quarta-feira, 1º de junho, o que permitiria sua participação na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para terça e quarta-feira da próxima semana.
Nesta terça, foi lido o parecer do senador Raimundo Lira (PMDB-PB), favorável à nomeação. Pelo regimento interno do Senado, depois dessa etapa, é necessário um intervalo de cinco dias para a sabatina do indicado. No entanto, se houvesse um acordo de todos os membros da CAE, a sabatina poderia ser antecipada.
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Essa possibilidade foi descartada porque o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) não aceitaram a antecipação. Os senadores da base aliada do governo em exercício, como Ronaldo Caiado (DEM-GO), prometeram recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Logo após a leitura do parecer favorável, Farias chegou a apresentar requerimento para que a comissão de ética se posicionasse sobre um possível conflito de interesse na nomeação de Ilan para a presidência do BC. O motivo do requerimento, segundo o senador, devia-se ao fato de que Ilan é sócio do banco Itaú Unibanco. Ao fim, depois que Farias já tinha retirado o requerimento, o senador Raimundo Lira informou aos senadores que Ilan vendeu todas as ações do banco ainda durante a sessão da CAE.
A principal discussão na comissão foi sobre a possibilidade de antecipar a sabatina de Ilan para a quarta-feira, seguindo regimento interno do Casa. Raimundo Lira chegou a dizer que o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, mostrou-se desconfortável em participar da próxima reunião do Copom, colegiado responsável por decidir os rumos da taxa básica de juros, e por isso ele tinha pedido a antecipação. Mesmo assim, os senadores da oposição não entraram no acordo e a sabatina ficou para a próxima terça.
Depois de o nome ser aprovado na CAE, a indicação precisa ser referendada pelo plenário do Senado. Se a CAE colocar urgência, a votação no plenário pode ser feita no mesmo dia.
*Estadão Conteúdo