Poucas horas após a divulgação dos diálogos gravados entre o ministro do Planejamento, senador licenciado Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em que ambos falam sobre um "pacto" para deter avanço da Operação Lava-Jato, o procurador da República Douglas Fischer, que atua na operação, afirmou que não iria falar sobre a gravação, mas destacou que não existem manobras para esfriar a Lava-Jato.
Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta segunda-feira, o procurador destacou, ainda, que não irá modificar sua forma de trabalho:
– O Ministério Público está atento à operação. Se estão tentando evitar a apuração, vamos nos manter bastante firmes.
Leia mais:
Em diálogos gravados, Jucá fala com ex-dirigente da Petrobras sobre pacto para deter avanço da Lava-Jato
STF autoriza quebra de sigilos fiscal e bancário de Romero Jucá
Janot pede que STF investigue Renan e Jucá por corrupção em Belo Monte
Questionado sobre a relevância das delações e colaborações premiadas – cuja Lava-Jato já contou com mais de 50 – o procurador afirmou que são extremamente importantes para a apuração deste tipo de corrupção que está sendo investigado:
– É praticamente impossível descobrir quem está no topo da pirâmide do esquema se não tiver alguém de dentro para revelar os detalhes fundamentais.
Ao falar sobre até onde irá a Lava-Jato, Fischer foi enfático:
– É impossível prever. A investigação é um procedimento muito dinâmico, cada dia surge um fato novo. O que posso dizer é que vamos investigar tudo e todos que estiverem envolvidos. Esse é o nosso principal objetivo.