Assim como fez Marcelo Odebrecht, o presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, também deu o primeiro passo para fazer delação premiada sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Conforme o jornal O Globo, ele já assinou o termo de confidencialidade, pelo qual poderá dar informações e oferecer documentos à força-tarefa da Lava-Jato. O acordo de delação só será formalizado se o Ministério Público considerar que o que ele apresentar contribui com as investigações.
O termo assinado por Pinheiro determina que as informações prestadas durante a negociação da delação não devem ser usadas nas investigações caso o acerto não seja homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque, se envolver políticos com foro privilegiado, o processo pode ser encaminhado para o STF.
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As declarações do empresário podem ajudar as investigações no detalhamento sobre a relação entre a empreiteira e o governo Lula. Pinheiro e o ex-presidente eram amigos pessoais, tanto que o triplex no Guarujá, que seria destinado a Lula e sua família, está em nome da OAS. A empreiteira também arcou com as reformas no sítio de Atibaia, frequentado pelo petista e sua família.
Conforme o jornal, o empresário tem expectativa de conseguir fechar o acordo de delação antes de começar a cumprir a pena a que foi condenado, de 16 anos e 4 meses de prisão. Ele segue em liberdade, aguardando apreciação da apelação apresentada por sua defesa. Também segundo O Globo, nesta quarta-feira, Pinheiro prestará depoimento no inquérito que investiga o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).