Após ser desautorizado pelo presidente interino Michel Temer, que afirmou que vai manter a tradição de escolher o primeiro da lista tríplice encaminhada pelo Ministério Público Federal para procurador-geral da República, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, negou na terça-feira que tenha havido mal-estar e disse que escolher o mais votado é "muito bom para o MP".
– Não houve nenhum mal-estar, de forma alguma. Como bem disse o presidente, quem escolhe é o presidente. Ele tem essa discricionariedade, optou e vai optar por escolher o primeiro, que é muito bom para o Ministério Público – disse Moraes.
Leia mais
Quem é o polêmico novo ministro da Justiça e o que ele deve enfrentar
Ministro da Justiça quer estender ações de segurança de SP para o país
Padilha diz que governo não voltará atrás na decisão de cortar ministérios
Ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro havia afirmado que o presidente não era obrigado a escolher o procurador mais votado da lista.
– Jamais havia conversado isso com o presidente, até porque (a escolha é) só daqui a um ano e meio – completou.
Ex-secretário da Segurança Pública de São Paulo, o ministro participou na terça de um evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e afirmou que vai usar a Polícia Rodoviária Federal e estabelecer parcerias com todos os Estados e com o Distrito Federal para combater a entrada de drogas e armas no território brasileiro. Moraes também disse que vai ampliar o plano de redução de homicídios do Estado para todo o Brasil.
O ministro declarou, ainda, que se reuniu por mais de três horas com a diretoria da Polícia Federal para ser apresentado aos programas e operações em andamento e "fixar prioridades".
Moraes também relatou que discutiu os planos de combate à entrada de drogas e armas com os ministros Raul Jungmann, da Defesa, e José Serra, das Relações Exteriores.