O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) avaliou, nesta quarta-feira, que a Comissão Especial de Impeachment, presidida por ele, deverá levar à votação um eventual pedido de cassação da presidente Dilma Rousseff (PT), caso ela seja afastada nesta quarta-feira, antes dos 180 dias previstos em lei.
– Tomaremos os cuidados para não alongarmos e não encurtamos o processo e nem permitir que a maioria esmague a minoria. Mas não vamos utilizar o prazo de 180 dias – afirmou o senador, lembrando que o processo até a cassação do ex-presidente e agora senador Fernando Collor (PTC-AL) demorou 90 dias.
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Lira avaliou também que o processo de investigação da presidente, se o afastamento for definido nesta quarta, deve ser feito com cuidado para evitar qualquer tipo de judicialização do processo.
– Não queremos oferecer nenhuma chance de judicialização. Queremos manter a postura de imparcialidade – disse.
Ainda de acordo com o presidente da Comissão Especial do Impeachment, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), se vier a assumir a Presidência, terá "crédito" da população e da opinião pública para iniciar o governo.
– Como aconteceu com o presidente Itamar Franco (sucessor de Collor), o clima seguirá de paz e tranquilidade. Normalmente a população e a opinião pública dão crédito de 100 dias aos novos governantes e Temer terá esse crédito – concluiu.
*Estadão Conteúdo