A votação na Comissão Especial do Impeachment do Senado terminou em 15 a cinco pela admissibilidade do processo, mas o líder do governo, senador Humberto Costa (PT-PE), afirmou ter confiança de que o resultado será diferente no plenário.
– Ainda que possamos dizer que não é certa uma possibilidade da nossa vitória, teremos sem dúvida o número de votos que, lá na frente, será suficiente para impedirmos a materialização desse golpe, disse.
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Costa afirmou que não foi surpreendido pelo resultado da votação, pois os líderes dos partidos "escolheram a dedo" os membros da comissão que já tinham posicionamento firmado a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Porém, se disse satisfeito com a discussão que os governistas propuseram durante as sessões da comissão: "A participação dos governistas foi muito cristalina e deixou absolutamente claro que o que estão chamando de crime é apenas um pretexto para um processo político de retirada da presidente."
Sobre o relatório lido quarta-feira pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), voltou a dizer que tratou-se de um "contorcionismo retórico" que não traz "qualquer evidência de qualquer crime político ou de responsabilidade praticado por Dilma."
Segundo o líder, ainda não há posicionamento firmado sobre a possibilidade de entrar com recurso junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) - assunto que deve ser discutido no decorrer do dia entre a base do governo. Ele seguiu chamando o impeachment de "golpe".
– O golpe de hoje não precisa ter armas e paredões para se concretizar. Basta a propagação de uma série de mentiras, de argumentos sofismáticos e, acima de tudo, uma maioria oportunista que quer chegar ao poder sem ter o voto da população, criticou.