A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a senadora Gleisi Hoffmann e o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, por corrupção e lavagem de dinheiro. A acusação é de que a campanha de Gleisi ao Senado teria recebido R$ 1 milhão do esquema de propinas da Petrobras.
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Gleisi foi chefe da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff entre 2011 e 2014, quando concorreu ao governo do Paraná. A denúncia da PGR será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Se os ministros da segunda turma do STF aceitarem a denúncia, os dois se tornarão réus. O empresário Ernesto Kugler Rodrigues também foi denunciado.
A suposta participação da senadora e do ex-ministro no esquema da Petrobras foi apontada na investigação da Lava-Jato pelo ex-diretor da companhia Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef em suas delações premiadas.
A denúncia da PGR ocorre, segundo a reportagem da Folha, depois da delação do advogado Antônio Carlos Brasil Fioravante Pieruccin, que confirmou repasses para a campanha da petista em 2010.
Ele disse ter sido orientado por Youssef a fazer quatro viagens de São Paulo para Curitiba para entregar valores para a campanha de Gleisi. No depoimento, o advogado disse também ter ouvido do doleiro que o repasse de valores havia sido acertado com Paulo Bernardo.
A senadora havia sido indiciada pela Polícia Federal, mas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a anulação do ato ao STF. Ele entende que desde 2007 há proibição da Corte de que a PF investigue por conta própria autoridades com foro privilegiado.
O advogado do casal, Rodrigo Mudrovitsch, disse ao jornal Folha de S. Paulo que a denúncia da PGR não se funda em elementos sólidos de prova e que acredita que o STF não vai instaurar ação penal.