O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, se disse indignado ao "nível máximo" com o pedido de inclusão de seu nome no principal inquérito das investigações da Operação Lava-Jato.
Edinho Silva afirmou que as acusações contra ele são mentirosas e "nenhuma denúncia paira" em relação à campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2014, da qual ele foi coordenador financeiro.
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O ministro negou ter tido relação administrativa com as campanhas de candidatos aos governos estaduais, inclusive a do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) ao governo do Mato Grosso do Sul.
Ao pedir, ao Supremo Tribunal Federal (STF), a inclusão de Edinho e de outras 30 pessoas no inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot se baseou, principalmente, nas afirmações feitas por Delcídio em acordo de delação premiada.
"Como coordenador financeiro, procurei a empresa EMS com o objetivo de arrecadar para a campanha Dilma 2014. Fui informado pela empresa que esta não faria doações a campanhas presidenciais, mas apenas para campanhas de deputados e senadores. No mesmo período, o senador Delcídio me procurou na campanha presidencial buscando apoio financeiro, o que lhe foi negado por falta de recursos para tal finalidade. Informei o senador, então, sobre a disposição da EMS em doar para senadores, com a intenção de construir relações institucionais com parlamentares. Nunca mais mantive qualquer contato com este assunto. Nunca estive com as empresas prestadoras de serviços da campanha de Delcídio do Amaral, nem antes, nem durante a campanha", disse Edinho Silva, por meio de nota publicada em blog pessoal.
Mais uma vez, o ministro disse que atuou de forma ética e legal na campanha de Dilma Rousseff, que não pressionou empresários a realizarem doações, e que as contas da campanha da presidenta Dilma foram "rigorosamente" auditadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e aprovadas por unanimidade pelos ministros da corte.
Ele informou que o auditamento da arrecadação dos recursos para a campanha e das despesas estão documentados e serão apresentados ao Ministério Público e ao Judiciário.
"Não aceito a tentativa de criminalizar doações legais. Quando uma empresa se dispunha a realizar doações para a campanha Dilma/Temer, essa empresa sofria uma 'varredura' realizada pela estrutura que montamos na campanha. As doações só eram aceitas se nenhuma dúvida pairasse sobre a mesma. Os depósitos eram feitos por transferência bancária e a comunicação era feita ao TSE. Onde está a legalidade? Como que um coordenador financeiro pode questionar a origem de recursos depositados em conta corrente de empresas conhecidas no país e fiscalizadas cotidianamente pelas receitas municipal, estadual e federal? Como que um coordenador financeiro, ou mesma uma autoridade, pode fazer a distinção de recursos depositados em conta bancária de uma empresa, entre recursos legais e ilegais? Como que as doações da campanha Dilma 2014 podem ser colocadas sob suspeita e das demais campanhas existentes, na época, no Brasil, não?", disse ainda o ministro.
*Agência Brasil