O Diário Oficial desta quinta-feira registra a exoneração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Inácio do cargo de ministro-chefe da Casa Civil e de outros ministros.
O ato foi assinado por Dilma Rousseff, com data de 11 de maio, portanto, anterior ao afastamento dela da presidência da República, que foi aprovado nesta quinta-feira pelo Senado.
Apesar de nomeado em 16 de março, dias depois de ter sido conduzido à Polícia Federal para prestar depoimento nas investigações da Operação Lava-Jato, Lula estava com a posse suspensa por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).
O fato de Dilma ter assinado o ato na quarta-feira indica que estava convencida de que seu afastamento seria aprovado pelo Senado. Além de Lula, Dilma exonerou outros 27 ministros. O presidente interino, Michel Temer, deve anunciar na tarde de quinta-feira sua equipe de ministros.
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A lista de ministros exonerados por Dilma inclui Lula - que não chegou a exercer as funções por causa de suspensão judicial - e outros titulares, como da Fazenda, Nelson Barbosa, da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, e o chefe de seu gabinete pessoal, Jaques Wagner.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que tem status de ministro, não foi exonerado. Tombini deve ficar no cargo no período de transição entre os governos, até início de junho. No Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, não houve exonerações hoje.
Os respectivos ministros Celso Pansera e Armando Monteiro já haviam deixado os cargos para participar do processo de votação do impeachment - Pansera voltou à Câmara e Monteiro, ao Senado. O Diário Oficial ainda traz a exoneração de pessoas que ocupavam cargos de alto escalão no governo Dilma, como Marco Aurélio Garcia, que atuava como assessor especial de Dilma, e Eva Chiavon, que estava no comando interino da Casa Civil.
Giles Azevedo, que era assessor especial de Dilma, foi exonerado dessa função, mas continuará muito próximo a ela. Agora, Azevedo será secretário-executivo do Gabinete Pessoal da presidente.Houve ainda exoneração de secretários nos ministérios e de Giovanni Correa Queiroz do cargo de presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).