O presidente Nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), confirmou, nesta quarta-feira, que a legenda vai "correr o risco" de apoiar o governo do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), caso o Senado aprove a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em seu pronunciamento no plenário do Senado, ele enumerou questões consideradas prioritárias para aprovação no Congresso Nacional:
– A primeira delas é a reforma política, que eu acho essencial. Temos que restringir o número de partidos políticos. Também precisamos aprovar reformas no campo trabalhista e no campo tributário.
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O senador disse também ter conversado nesta quarta por telefone com Michel Temer, e o vice-presidente se mostrou receptivo às sugestões tucanas. O tucano também cobrou uma ação enérgica de Temer. Segundo ele, é preciso causar uma boa impressão desde o começo e, por isso, o vice-presidente deve ousar.
- Vejo nele determinação de incorporar nessa agenda prioritária muitas das propostas que apresentamos a ele. O governo Temer, quando chegar, tem que ousar. Tem que surpreender e surpreender positivamente o Brasil. Nós estaremos estimulando que ele faça isso.
Aécio reiterou que o apoio do PSDB ao futuro governo não envolve negociação de cargos, mas que o vice-presidente está "livre para buscar no PSDB quadros qualificados para compor o seu governo".
– Nós não vetaremos a participação de ninguém – garantiu.
O presidente do PSDB também rebateu críticas de que o partido poderia se desgastar participando de um governo Temer.
– Em vez da omissão, que seria um caminho mais cômodo neste momento, o PSDB terá um compromisso com o País. Perguntam se não pode ser prejudicial ao PSDB em 2018. Não importa, que seja. Nós vamos estar ao lado do Brasil – afirmou.
Para o tucano, PSDB, DEM e PPS serão a grande novidade no governo Temer – partidos que disputaram e perderam as eleições de 2014 e que, até agora, estavam na oposição ao governo Dilma.
– Vamos apoiar o governo de transição. Sabemos dos riscos desse governo, mas acho que deve ser registrado como o gesto de um partido responsável – defendeu.
*ESTADÃO CONTEÚDO