A Polícia Federal (PF) já prendeu 18 pessoas nesta sexta-feira, na sétima fase da Operação Lava Jato, em parceria com o Ministério Público Federal (MPF). São presidentes, vice-presidentes e executivos de grandes empreiteiras que possuem contratos com a Petrobras, além de um ex-diretor da estatal.
O alvo são nove empresas pertencentes a sete grupos, que somam R$ 59 bilhões em contratos com a Petrobras, entre 2003 a 2014. As empreiteiras Camargo e Corrêa, OAS, Odebrecht, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa são suspeitas de pagar propina para fechar contratos com a estatal.
O delegado regional de combate ao crime organizado da PF do Paraná, Igor Romário de Paula, explicou que são “empresas em que o material apreendido, as diligências realizadas nestes oito meses, é robusto para demonstrar o envolvimento delas na formação de cartel em licitações e também no desvio de recursos para corrupção de agentes públicos”.
Segundo a polícia, nenhuma informação fornecida pelo doleiro Alberto Youssef ou pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em delação premiada, foi usada nesta fase da operação. Desde cedo, 300 agentes distribuem-se pelos estados do Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, além do Distrito Federal, para cumprir 85 mandados judiciais em casas e escritórios de grandes incorporadoras.
Até o início da tarde, 18 dos 27 mandados de prisão haviam sido cumpridos. Foram detidos até agora o ex-diretor de serviços da Petrobras, cargo indicado pelo PT, Renato Duque, o presidente da construtora UTC Ricardo Pessoa, o presidente da OAS Leo Pinheiro, o diretor-superintendente para a área de petróleo e gás da OAS Agenor Medeiros e o vice-presidente da Engevix Gerson Almada.
O presidente da Engevix, Cristiano Kok, foi conduzido para depor na PF em São Paulo, mas ficou em silêncio e foi liberado. Marice Corrêa de Lima, parente do Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, também foi levada à PF para prestar esclarecimentos. Fernando Baiano, lobista apontado como operador do PMDB na Petrobras, entrou na chamada "difusão vermelha" da Interpol, já que não foi localizado. O vice-presidente da construtora Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, também não foi encontrado pela PF.
Operação Lava Jato, iniciada em março deste ano, investiga esquema de organizações criminosas responsáveis por desviar recursos públicos e lavar grandes quantias de dinheiro. Na ação desta sexta, foram bloqueados R$ 720 milhões dos executivos investigados, até o limite de R$ 20 milhões por pessoa. A justiça optou por não bloquear as contas das empresas investigadas.