A sete meses das eleições, dois eventos hoje devem marcar informalmente o início da disputa pelo governo do Estado, com o encaminhamento dos prováveis candidatos de dois dos principais partidos. Enquanto o PMDB define seu postulante ao Piratini, o governador Tarso Genro (PT) deve ser aclamado pelos correligionários como candidato à reeleição.
Com o triplo de filiados habilitados a votar em relação à última convenção, de 2010, o PMDB escolhe entre dois nomes. Disputam a indicação na pré-convenção o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori e o presidente da Confederação Nacional dos Municípios e ex-prefeito de Mariana Pimentel Paulo Ziulkoski.
Três mil peemedebistas - 2.136 com direito a voto - são esperados para o evento no Teatro Dante Barone da Assembleia. O resultado deve ser conhecido por volta das 15h de hoje, já que a votação, pela primeira vez, será feita em urnas eletrônicas.
A disputa será acirrada. Ziulkoski, que entrou no jogo por conta da demora do adversário em admitir a candidatura, é apoiado por prefeitos e vereadores, pelo ex-ministro Mendes Ribeiro Filho e pelo deputado federal Eliseu Padilha. A mudança de regras da pré-convenção, que aumentou o número de votantes de 700 para mais de 2 mil, foi uma exigência do grupo.
- A proposta que fizemos, de agregar vereadores, prefeitos, delegados e vice-presidentes, mexeu muito com a base. E o que está acontecendo hoje é um debate muito intenso para essa pré-convenção - disse Ziulkoski.
Já Sartori, cuja candidatura vem sendo cogitada há mais tempo, tem o como aliados a bancada estadual, o senador Pedro Simon e os deputados federais Alceu Moreira, Darcísio Perondi e Osmar Terra.
- Neste momento, a discussão é sobre o papel do PMDB no Rio Grande do Sul. Acho que o Rio Grande é maior do que todas as nossas diferenças, e esse é o ponto que deve nos unir - afirmou Sartori.
De acordo com o presidente do PMDB no RS, deputado estadual Edson Brum, logo após a escolha do nome do postulante ao Piratini, a conversa com outros partidos será intensificada. A legenda terá de definir com quem ficará a vaga para o Senado - ainda não se sabe se o senador Pedro Simon irá concorrer à reeleição - e qual será o posicionamento da sigla no RS em relação à disputa nacional.
Petistas devem parabenizar e aclamar Tarso
Entre os petistas, a festa de aniversário do governador Tarso Genro, que completou 67 anos no dia 6, deve reunir hoje mais de 2 mil pessoas e ganha contornos de ato político. Ministros, deputados, líderes do PT e de partidos da base aliada e o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, confirmaram presença.
Embora afirme que o ato na Casa do Gaúcho, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, não será o lançamento da candidatura de Tarso, o presidente do PT gaúcho, Ary Vanazzi, admite uma simbologia de aclamação, no evento.
- Evidente que tem uma conotação porque é um ano eleitoral. O governador precisa governar o Estado do Rio Grande do Sul, mas ele é o candidato do PT - destacou.
Vanazzi lembrou que os prazos legais para lançamento de candidaturas precisam ser respeitados. Pelo calendário eleitoral estabelecido pelo TSE, a realização de convenções para escolha oficial de candidatos só pode ocorrer a partir de 10 de junho.
Antes de comemorarem o aniversário de Tarso, os militantes participarão, no auditório do Ministério Público Estadual, do seminário estadual da sigla, que discutirá as eleições. O objetivo do encontro, segundo Vanazzi, é traçar estratégias e discutir um plano de ação para os próximos meses, além de tratar da conjuntura política e dos desafios da legenda. O seminário, afirma o dirigente, dará subsídios para o debate eleitoral e para a construção do programa.
- As eleições de 2014 vão ser as mais difíceis e disputadas. Há um acirramento no debate ideológico e um esgotamento deste modelo político. Queremos debater a reforma política, o tema da taxação das grandes fortunas e a questão da democratização dos meios de comunicação - adiantou o petista.