A CPI que investiga irregularidades na Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa) ouviu nesta quarta-feira (10) a supervisora de tesouraria e finanças Janete Eccel. Ela foi questionada sobre os trâmites para a contratação e o pagamento de serviços prestados à companhia. Servidora de carreira há 26 anos, Janete afirmou que houve um aumento no volume de processos entre 2011 e 2012. No entanto, disse que não tinha poder sobre a gestão dos trâmites, que eram autorizados pela diretoria da Procempa. Ela declarou que chegou a questionar valores, mas teria ouvido do ex-gerente financeiro Ayrton Gomes Fernandes que era "paga para executar o trabalho, e não questionar".
"Na realidade, tu tens suspeitas. Dependendo, o valor era bem alto", afirmou Janete, em referência ao pagamento de vales-refeição.
Ayrton Gomes Fernandes foi afastado e responde a processo administrativo disciplinar na Procempa. Além de gerente financeiro, ele foi presidente da Associação de Funcionários da companhia e é apontado como sendo um sócio oculto do restaurante da Procempa.
"Ficou bastante claro como eram feitas as transferências de recursos, com a autorização de poucas pessoas, sem processos", diz o presidente da CPI, vereador Mauro Pinheiro (PT).
A CPI iria ouvir também nesta quarta-feira o dono da AMG Marcenaria, investigada pelo Ministério Público por ter supostamente recebido mais de R$ 460 mil por serviços prestados à Procempa. No entanto, Alcides Guimarães optou pelo direito de ficar em silêncio. A suspeita é que os recursos tenham sido usados para a confecção de material de campanha.
Gaúcha
Servidora da tesouraria da Procempa diz que suspeitava de movimentação de valores, mas não era autorizada a questionar
Servidora de carreira, Janete Eccel afirmou ter ouvido de ex-diretor investigado que "era paga para executar o trabalho"
Paulo Rocha
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